O Estado tem, atualmente, 856 locais para armazenagem distribuídas entre as indústrias, cooperativas e de produtores rurais. A maior parte dos armazéns, ou 60,6%, está na região Sudoeste de Mato Grosso do Sul. Apesar dos números, o relatório mostra que a defasagem entre o volume de produção de grãos por safra e a capacidade estática de armazenagem no Brasil ainda é grande. “Para tornar o Brasil competitivo, é preciso reduzir custos, otimizar o transporte e ampliar a capacidade de estocagem”, explica o técnico do Sistema Famasul, Justino Mendes.
Em âmbito nacional, a situação não é diferente: a próxima safra deve registrar 200 milhões de toneladas de grãos, enquanto a capacidade para armazenar é de 148,2 milhões de toneladas. A referência da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) considera que o ideal é que para cada tonelada de grão produzido, a capacidade de estocar seja de 1,2 toneladas.
Para minimizar o déficit, o produtor, que já está acostumado a situação, busca alternativas como, por exemplo, armazenar grãos em silos dentro da propriedade. Com a estrutura, é possível reservar os grãos e controlar o fluxo de oferta e demanda dos produtos ao longo do ano, abastecendo o mercado nos períodos de entressafra. Apenas 12,5% dos produtores sul-mato-grossenses consegue estocar grãos na fazenda.
“O produtor armazena de 30 a 40% do total produzido, seja dentro ou fora da propriedade. Diante da falta de espaço, ele não pode esperar por um momento mais oportuno no mercado e precisa garantir a comercialização rápida da soja e do milho para não ter perdas”, ressalta o coordenador técnico da Aprosoja/MS – Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul, Lucas Galvan.
De acordo com a Granos Corretora, 18,4% da safra 2014/2015 de soja já está comprometida, ou seja, vendida antecipadamente.