Publicado em 30/12/2014 13h33

Pragas já causaram prejuízos de US$ 250 bilhões no mundo

Neste ano, a Secretaria de Defesa Agropecuária, por meio do Departamento de Sanidade Vegetal (SDA/DSV) compilou dados de impactos de algumas das principais pragas nas culturas brasileiras a fim de justificar a equalização de Recursos Humanos e Financeiros para a execução das políticas fitossanitárias. As informações abordadas no texto escrito por Luís Rangel, diretor do DSV, trouxeram uma nova visão sobre os principais impactos econômicos e sociais de pragas quarentenárias no Brasil.
Por: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

praga

De acordo com levantamentos realizados nos EUA, no Reino Unido, na Austrália, África do Sul, Índia e no Brasil, com dados do Ministério do Meio Ambiente, os danos econômicos anuais das pragas introduzidas nas culturas, pastagens e áreas florestais são de aproximadamente US$ 250 bilhões. 

Segundo Rangel, “é difícil estimar as perdas provocadas por pragas nas culturas agrícolas e na pecuária, e, principalmente, as decorrentes da entrada de espécies quarentenárias”. Deste modo, os impactos relacionados aos prejuízos provocados sobre a produção dependem de vários fatores, como espécie, número de indivíduos, de hospedeiros envolvidos, dentre outros. 
 
Controle – Neste sentido, a SDA/DSV vem se esforçando para analisar o risco de pragas e promover ações eficazes para seu controle. Como exemplo recente, houve o caso da emergência fitossanitária para a Helicoverpa armigera, que segundo as associações de agricultores, provocou perdas de mais de 10 bilhões de reais nos últimos dois anos. A declaração da emergência trouxa ferramentas para diversificar a gama de produtos utilizados no controle das lagartas e evitar que as pragas se tornem resistentes a determinado princípio ativo em curto espaço de tempo.
 
A utilização indiscriminada de inseticidas podem provocar fenômenos que levam a um amento de dose de até 70%, sem eficiência. A estimativa é de que os custos com defensivos cresceram 30% por conta da Helicoverpa, chegando a R$ 374 por hectare. Ressalta-se que o custo para o desenvolvimento de moléculas químicas como estas é estimado em mais de US$ 200 milhões.
 
Nos últimos anos, podem-se citar novas pragas que causaram prejuízos de grande monta aos setores do citros, como por exemplo: Huanglongbing (HLB) ou Greening; das diferentes palmas: o ácaro-vermelho-das-palmeiras Raoiella indica e a lagarta Helicoverpa armigera: nas culturas da soja, o milho e o algodão, que sem dúvida foi uma dos maiores impactos.
 
Benefício-custo – Para Rangel, a aplicação da técnica de análise benefício-custo, deve sempre ocorrer previamente à adoção de políticas de defesa agropecuária, porque considera variáveis tangíveis e, muitas vezes, aquelas intangíveis; com avaliação de efeitos diretos e indiretos, envolvidos nas ações a serem implementadas.
 
“Na prática, criam-se cenários quanto à extensão geográfica de disseminação da praga, às culturas atingidas, às variáveis afetadas no âmbito interno e/ou no externo, para cada cenário traçado, e quanto às políticas e ações adotadas. O nível de profundidade desta análise e as necessidades de interação institucional transformam essa atividade em uma das mais complexas, importantes e impactantes do Governo Federal”, afirma Rangel. 
 
As preocupações para a consolidação de políticas fitossanitárias não param por ai. O estabelecimento de estratégias viáveis e sustentáveis de manejo das pragas presentes de preocupação nacional também motivou o DSV a trabalhar temas como o refúgio para tecnologias transgênicas (Bt) e estimular esta discussão de maneira mais ampla nos fóruns internacionais.

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