Por isso instituiu o Conselho de Desenvolvimento Rural e do Agronegócio de Campinas (CMDRA). Esse Conselho começou a atuar antes mesmo de sua nomeação oficial, com visitas ao campo, onde os problemas e as situações vividas pelos habitantes da zona rural são constatadas in loco, sendo essas situações discutidas entre os conselheiros, que posteriormente geram um relatório ao Prefeito Municipal, sugerindo mudanças ou atitudes que venham a fortalecer e regularizar a atividade agropecuária já estabelecida, podendo também apontar tendências e diretrizes para as ações governamentais.
Nessa equipe participam Ana Penteado e Wagner Bettiol, pesquisadores, Luiz Wadt, analista da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP). Foram visitadas as regiões de Pedra Branca, Friburgo, Fogueteiro, Amarais, Barão Geraldo, Carlos Gomes, Gargantilha, Sousas e Joaquim Egídio, tendo sido gerados vários relatórios e sugeridas várias atitudes ao Governo Municipal, que se mobilizou para estruturar essa importante normativa que irá nortear as diretrizes do poder executivo municipal nos próximos anos.
Nesses relatos das visitas, foram abordados pontos importantes que impactam a logística e a produção. Entre eles, a manutenção das estradas – que precisa considerar o escoamento da água de forma a não sofrerem erosão e tampouco levarem o assoreamento para os mananciais, a contaminação da água por esgoto – que precisa ter ação rápida, pois impacta a produção de frutas. Foi relatado também que a região de Pedra Branca perdeu um importante selo internacional em função da má qualidade da água utilizada atualmente na irrigação das frutas.
Outro ponto importante analisado foi a necessidade da recuperação de matas ciliares e de proteção das nascentes. Produtores alertaram para que essa recuperação não acabe se tornando mais um ônus ao produtor rural. Foi sugerido o pagamento de serviços ambientais como forma da sociedade contribuir com o produtor, por um programa próprio que agregue mais valor, visto que os programas federais já existentes pagam pouco, sendo insuficiente para cobrir o custo dessas atividades.
Conforme os representantes do CMDRA, "vários setores da sociedade têm sido consultados e convidados a participar da construção dessa diretriz para ajudar a definir os parâmetros e as normativas que virão a garantir ao "homem do campo" a viabilidade técnica e financeira de suas atividades, incentivando o investimento e fixando pessoas ao campo".
E destacam que "o objetivo principal dessa iniciativa é garantir a qualidade de vida aos agricultores e perpetuar a característica agrícola dessa porção do território municipal que representa mais de 50% de sua área total, inibindo a urbanização desenfreada que descaracteriza a vocação interiorana de Campinas".
O CMDRA é composto por diversos representantes de entidades de pesquisa, de assistência técnica e de classes ligadas ao agronegócio regional. A Embrapa participa intensamente desse Conselho, sendo membros, além dos já citados, os pesquisadores João Mangabeira e Evaristo de Miranda, da Embrapa Monitoramento por Satélite (Campinas, SP). Atualmente fazem parte 29 associações: Apta – Ceasa/Campinas – Comdema – Cati – Cooperaf – Embrapa – Feagri – IMA – IAC – IBGE – Incra – Ital – Sebrae – Sindicato dos Empregados Rurais de Cosmópolis, Artur Nogueira, Paulínia e Campinas (SRC) – Cepagri/Unicamp – Seinfra/PMC – SMSP/PMC – SVDS/PMC – SMS/PMC – Seplan/PMC – SMCAIS/PMC – SMCASP/PMC – Sanasa – Subprefeituras de Joaquim Egídio, Sousas e Barão Geraldo – Associação de Proteção Ambiental Jaguatibaia e representantes moradores/produtores das Regiões de Joaquim Egídio, Carlos Gomes, Gargantilha, Amarais, Friburgo, Fogueteiro e Pedra Branca.
Conforme Luiz Guilherme Wadt, analista da Embrapa, "em 11 de dezembro, o CMDRA realizou a última reunião do ano, oportunidade em que foi apresentado a Samuel Ribeiro Rossilho, Secretátio Municipal de Desenvolvimento Econômico, Social e de Turismo de Campinas, que naquele ato representava o Prefeito Municipal, a primeira versão do "Plano Municipal de Desenvolvimento Rural de Campinas 2015/2018" o qual, entre muitas outras recomendações, indica a necessidade de melhorar o saneamento das residências situadas no meio rural (inclusive em alguns loteamentos situados fora do perímetro urbano do município) com a utilização de duas tecnologias desenvolvidas pela Embrapa, que são a "Fossa Séptica Biodigestora" para tratamento e neutralização do esgoto doméstico, e o "Jardim Filtrante" para tratamento e neutralização das chamadas águas cinzas (esgoto de pias e lavadoras de roupa) antes dessas águas retornarem aos mananciais ou se infiltrarem no solo em direção aos lençóis freaticos".