Na Balança Comercial também houve disparidade. O agro mais uma vez proporcionou o superávit no resultado geral do estado. O crescimento foi de 23%, com o setor respondendo por 32,54% das vendas externas de Minas em novembro – crescimento de 19%, e diminuindo o volume de importações em 53%.
Dentre as excepcionalidades a estiagem severa teve o impacto mais evidente, especialmente nas lavouras. A seca está expressa no VBP (Valor Bruto da Produção), que, até novembro, foi estimado em R$ 47,9 bilhões. Ainda que tímido, o indicador cresceu 0,7% em relação ao ano passado.
O desempenho foi impulsionado pela pecuária, principalmente pela bovinocultura de corte e pela suinocultura. Os produtos das criações de animais registraram VBP 3,7% maior, enquanto os cultivos decresceram 1,3%. Uma das exceções na agricultura foi o café, pois a recuperação dos preços este ano garantiu ao segmento aumento de 16,1% no VBP.
Seca
A estiagem persistente, mesmo no período das águas, pôs a agropecuária em alerta e comprometeu a produção de grãos, de café, de cana-de-açúcar e as pastagens. Também fez surgir conflitos pelo uso da água, devido à diminuição da sua disponibilidade, o que influenciou negativamente a irrigação.
“Desde o primeiro semestre, acompanhamos a influência do clima na agropecuária mineira. A situação nos levou a buscar a implementação de políticas públicas para atender ao produtor fragilizado pela seca, como a renegociação de seus débitos com instituições financeiras, e manter-se no campo, com renda. Uma das conquistas foi a criação de uma linha de crédito emergencial junto ao BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais) destinadas às cooperativas de crédito, com juros subsidiados ao produtor”, disse o presidente do Sistema FAEMG, Roberto Simões.
Legislação
Não bastasse a adversidade climática, em 2014 os produtores também tiveram que lidar com o Cadastro Ambiental Rural. O prazo para a inscrição obrigatória teve início em maio e, até o momento, tem se configurado uma tarefa árdua devido à exclusão digital – realidade em grande parte das zonas rurais, pelas exigências burocráticas e pelas falhas da plataforma de inscrição. O ano terminará com menos de 10% das propriedades mineiras cadastradas, concentrando o grosso das inscrições nos primeiros cinco meses de 2015.
Obstáculos estruturais
Somam-se aos desafios atípicos, os tradicionais entraves à produção, que, em 2014, não evoluíram para soluções, ou o fizeram muito pouco. Vias de escoamento, frete, armazenamento, infraestrutura básica (acesso a energia elétrica e telefonia), escassez de mão de obra, aumento da criminalidade, entre outras dificuldades, prejudicaram o setor este ano.
Superação
Contudo, o agronegócio apresentou aspectos bastante positivos, como a abertura de novos mercados e o incremento de relações com clientes tradicionais. Também houve recuperação ou manutenção de preços de setores que amargaram crise nos anos anteriores, como suinocultura, pecuárias de corte e de leite, algodão e café. Nesse sentido, houve também um pouco de alívio para os produtores de cana, devido à recuperação dos preços, mas, não o suficiente para arrefecer a crise que o setor sucroenergético enfrenta desde 2008.
2015 – Promessa de um bom ano, apesar de incertezas sobre desempenho econômico do país e resquícios da seca
“O setor enfrentou um período atípico, com vários desafios: seca prolongada, agravamento da crise no setor sucroenergético, implantação do Cadastro Ambiental Rural, instabilidades no mercado e nas instituições políticas devido à disputa eleitoral – só para citar alguns. Ainda assim, conseguiu não só um desempenho geral positivo como também avanços significativos, com aumento de demanda e expansão de exportações, principalmente na pecuária. A expectativa para 2015 é de, pelo menos, manter este desempenho”, sintetiza Roberto Simões, presidente da FAEMG.
O próximo ano será de consolidação de alguns segmentos e recuperação de outros. Um dos desafios é a expectativa de aumento nos custos de produção. Alguns reajustes já estão anunciados como energia elétrica, combustíveis e salários. Outros ainda são uma incógnita, como o câmbio. A previsão é que o valor médio do dólar no próximo ano será de R$ 2,58 (Boletim Focus/Banco Central). Por um lado, o câmbio neste patamar cria mais oportunidade para a exportação; por outro, contribui para o aumento do custo de produção, principalmente de insumos importados (agroquímicos, medicamentos, fertilizantes, maquinário).
De modo geral, independentemente da atividade agropecuária, os resultados de 2015 dependerão das ações públicas para fomentar a economia e da conjuntura externa. Também se espera que o governo dê atenção ao agronegócio, atendendo a demandas antigas, como políticas de longo prazo. Da parte do produtor, as palavras-chave serão gestão, produtividade, inovação, qualidade e sustentabilidade.
“O desempenho de cada produto está vinculado a uma série de fatores, da crise mundial e as políticas econômicas aos fenômenos climáticos. De forma geral, esperamos outro ano igualmente bom, mas de muito mais estabilidade para a agricultura e a pecuária”, resume Roberto Simões.
PRINCIPAIS PRODUTOS DO AGRO MINEIRO
BALANÇO E PROJEÇÕES
Café
Os últimos anos têm sido difíceis e, mesmo assim, em 2014, o faturamento do setor foi positivo. Era esperada safra alta no Brasil e em Minas Gerais, e, portanto, preços mais baixos, pois a crise de preços, principalmente em 2012, prejudicou os tratos da lavoura e desestimulou investimentos. E, ainda sob os efeitos de dois anos com cotações abaixo do custo de produção, a cafeicultura enfrentou uma seca rigorosa, que comprometeu a quantidade e a qualidade da safra. O déficit hídrico nos cafezais resultou em perdas médias de 30% da produção em Minas Gerais.
Ao longo do ano houve elevações no preço da commodity, alimentadas por incertezas e especulações dos investidores em relação à próxima safra, o que minimizou perdas econômicas de alguns produtores (a depender do nível de tecnologia empregada). O preço médio pago aos cafeicultores mineiros foi de R$ 408,00 pela saca de 60 kg, 32,1% mais que em 2013.
Além disso, a desvalorização do real favoreceu as exportações, acumulando, até o momento, um volume de 30 milhões de sacas exportadas, sendo 3 milhões de café robusta (+145%) e 27 milhões de sacas de arábica (+11,3%), em relação ao mesmo período do ano anterior. Em geral, estimava-se colher 46,5 milhões de sacas na safra 13/14 no Brasil, sendo 26,6 milhões em Minas Gerais. Mas, de acordo com os números da Conab a safra foi de 45,3 toneladas, sendo 22,6 toneladas em Minas, 7,7% e 18,1%, respectivamente, inferior ao produzido na safra anterior (2012/13).
Perspectivas para 2015
Apesar de já estar ocorrendo chuvas volumosas nas principais regiões produtoras de Minas Gerais, a colheita do próximo ano ainda trará algum resquício da seca. Mas ainda é cedo para quantificar este impacto.
Independentemente da crise dos anos anteriores e da seca deste ano, 2015 é uma ano de ciclo baixo na cafeicultura. Além disso, os cafeicultores estão descapitalizados – reflexo dos baixos preços especialmente de 2012. A estiagem também terá impacto na safra de 2016, pois a baixa umidade do solo coibiu a adubação.
O ponto positivo é que o setor tem investido cada vez mais em qualidade e o estado está se consolidando como referência internacional do bom café. Prova disto, é o volume de negócios gerados na edição da Semana Internacional do Café deste ano: R$ 85 milhões. Portanto, 2015 será um ano de recuperação para aqueles que têm investido em gestão e na qualidade.
Leite
Aumento da produção, recuperação dos preços, custos menores, expansão do parque industrial, queda das importações e retomada das exportações de produtos lácteos. A conjuntura favoreceu a pecuária de leite, amenizando os prejuízos causados pela seca.
Os produtores receberam 4,51% mais e gastaram 2,26% menos para produzir – consequência da queda dos preços de componentes da ração, como milho e soja. A produção cresceu 8,6% no primeiro semestre, chegando a 9 bilhões de litros em Minas (um terço da produção nacional). Em janeiro, abril e julho, esse aumento foi absorvido no mercado externo, aproveitando as boas cotações devido a oferta menor que a demanda. O segmento também foi favorecido com menor concorrência no mercado nacional e aumento no consumo interno. As importações caíram de US$ 478 milhões, em 2013, para cerca de US$ 100 milhões.
A entrada no Brasil da Lactalis, um dos maiores laticínios europeus e o maior da França, também movimentou o mercado de leite. A empresa tem comprado plantas industriais e já é a segunda no ranking de captação nacional, com 1,6 bilhão de litros, atrás apenas da Nestlé.
O segmento também evoluiu em qualidade, especialmente no quesito CBT (Contagem Bacteriana Total), cujo limite atual é 300 mil/ml, e CCS (Contagem de Células Somáticas), com máximo de 500 mil/ml.
Perspectivas para 2015
Para o próximo ano, é esperada a recuperação dos principais players do mercado, como Argentina e Nova Zelândia. A expectativa é de que o cenário internacional de intensa valorização não se repita, mas que também não haja redução expressiva dos preços. Porem, o setor deve estar atento ao mercado externo, pois a conjuntura do próximo ano pode abrir oportunidades para exportar. O câmbio e os preços internacionais abrirão ou fecharão portas.
De acordo com relatório do Rabobank, a expectativa é de que os preços internacionais fiquem em torno de US$ 3 mil por tonelada. Se esta previsão e a de câmbio a R$ 2,58 se confirmarem, as vendas externas serão favorecidas. Isto será bom, pois a perspectiva de que o PIB nacional cresça 0,8%, em 2015, implica em desaquecimento da demanda interna. Há ainda perspectiva de preços mais baixos e custo mais altos.
Entretanto, além da conjuntura internacional, o retorno do Brasil como exportador de leite – melhor cenário para 2015 – dependerá da implantação de programas de melhoria da qualidade e produtividade, conforme foi prometido. Quanto ao preço pago ao produtor, dependerá do crescimento da economia, demanda interna, cotações internacionais e câmbio, somadas ao clima.
Grãos
A estiagem foi o vilão para o produtor mineiro. Comprometeu o enchimento dos grãos no começo da segunda safra. Ainda assim, investimentos em tecnologia (fertilizantes, calcário, agroquímicos e maquinário agrícola) e em cultivares mais precoces, principalmente de soja, favoreceram a produção mineira, garantindo ainda bom rendimento das lavouras.
Em Minas Gerais, a área plantada de grãos foi de 3,2 milhões de hectares, gerando 11,6 milhões de toneladas. Destaque para as culturas do milho, com 6,9 de toneladas, e da soja, 3,3 milhões de toneladas.
O câmbio favorável para exportação fez de 2014 um ano bom para o setor. Com preços melhores no mercado internacional, a soja conquistou mais espaço, substituindo parte da área antes plantada com milho, que teve redução de 5,5%.
Feijão: a boa safra, principalmente em Unaí – maior produtor de Minas e do Brasil – teve como consequência redução brusca de preços: 51,6%. A queda na remuneração desaminou os produtores, que reduziram a área plantada em 11% na primeira safra do grão, que está sendo cultivada. A expectativa é de menor oferta no próximo ano.
Trigo: A falta de incentivos à produção nacional não permite boas perspectivas. Na ultima safra, os preços chegaram à metade do que geralmente é praticado em virtude da isenção do imposto de importação concedida pelo governo. O trigo importado tornou-se mais vantajoso. A tendência é que continue assim.
Perspectivas para 2015
As projeções apontam para uma safra nacional 4,2% maior: 201,55 milhões de toneladas. Para a soja a expectativa é de safra recorde: 95,8 milhões de toneladas. Soma-se a isso a supersafra de milho e soja nos EUA. Portanto, a tendência é que os preços sejam menores que os deste ano. Quanto ao milho, espera-se uma safra menor. Além de a cultura ser mais suscetível ao clima, os preços praticados este ano desestimularam o plantio. A previsão é que a safra 2014/15 seja de 78,7 milhões de toneladas, 1,5% menos que a anterior. Para o feijão a expectativa também é de safra menor devido ao patamar baixo dos preços. O mesmo é esperado para o trigo, que, devido à política nacional, não tem competitividade frente ao produto importado.
Carnes
A pecuária foi o setor com melhor desempenho em 2014, contribuindo para os resultados positivos do PIB, Balança Comercial e VBP. Contou com custos de produções mais baixos, devido à redução nas cotações da soja e do milho, e demandas interna e externa aquecidas. A exceção foi a avicultura e a produção de ovos.
Para 2015, o setor de proteína animal é o que tem expectativas mais otimistas. A tendência é que o bom desempenho da suinocultura e bovinocultura de corte se repita. Ambos os segmentos sentem o reflexo do abate de matrizes em anos anteriores e têm oferta enxuta. Em contrapartida, têm demanda crescente tanto internamente quanto externamente. Já a avicultura necessitará de ajustar a demanda para ter um ano melhor. Ou reduz-se a produção ou investe-se no aumento do consumo interno e na conquista e ampliação de mercados externos. Os três segmentos continuarão a contar com custos de alimentação menores que os registrados até 2013.
Avicultura
2014 – Ao contrário da nacional, a avicultura mineira não apresentou bom desempenho. A produção de carne de frango foi 11,7% menor (784 mil toneladas) e os preços tiveram queda de 8,5%, ficando o preço médio em R$ 2,51 por kg. Esse desempenho foi refletido na estimativa de VBP: -19,2%. As exportações também caíram: -56% em volume e -60% em valor. Na pecuária, foi o segmento que mais sofreu com a seca, pois a onda de calor aumentou a taxa de mortalidade dos animais.
2015 – A produção brasileira tem qualidade, sanidade e sustentabilidade para atender a forte demanda por proteína animal. Com os preços das carnes bovina e suína em alta e com demanda crescente no exterior, o frango será uma excelente opção para os consumidores brasileiros. Internacionalmente, a demanda tende a manter as exportações nacionais aquecidas, oportunidade para os avicultores mineiros investirem em marketing para aumentar vendas.
Ovos
2014 – Minas manteve-se como terceiro maior produtor do país. Este ano, a produção cresceu 2,7%. Contudo, a renda foi menor. Os preços caíram 7,2%, tendo o preço médio da dúzia ficado em R$ 2,37. Com isso, o VBP do segmento foi estimado em R$ 847,1 milhões, 4,7% menor que o de 2013. Em contrapartida, as exportações mineiras de ovos e seus derivados aumentaram 32,3% em receita e 26,6% em volume.
2015 – Para melhorar os resultados, os produtores terão que ajustar a oferta à demanda. É necessário planejar não só a produção como ações de promoção do consumo para pelo menos manter os preços. É importante investir no mercado externo, pois está na hora do setor se organizar e galgar degraus mais altos, caso contrário o segmento continuará estagnado.
Suinocultura
2014 – Os resultados mostram que o segmento começa a retomar a normalidade após a crise de 2012, quando custos de produção elevados e preços baixos levaram produtores a abater matrizes para diminuir prejuízos.
A produção nacional cresceu (1,75%) e a produtividade aumentou por causa das demandas interna e externa. Em Minas, o VBP subiu 4,5%, chegando a R$ 2,08 bilhões. Mas a produção caiu 1,5%, com a demanda maior que a oferta. Mesmo assim, o estado manteve o quarto maior plantel do país, com 5,2 milhões de cabeças. Para o mercado externo, Minas vendeu 13% menos carne suína que em 2013, mas os que exportaram faturaram 14% mais.
2015 – A expectativa é que os preços continuem bons. A oferta tende a aumentar lentamente. No mercado interno, a carne suína continuará levando vantagem sobre a bovina por causa dos preços mais atraentes. Mas o segmento não poderá relaxar. Deve continuar investindo em ações para promover o aumento do consumo e atento ao mercado externo. Isto porque a Rússia, segundo maior comprador mundial de carne suína, é um cliente instável, famoso por habilitar e desabilitar frigoríficos brasileiros de acordo com seus interesses.
Os russos têm comprado carne suína nacional desde agosto, devido ao embargo à União Europeia e aos Estados Unidos como represália à sua intervenção na crise da Ucrânia. Contudo, não há garantias de que continuará importando o produto brasileiro caso as relações diplomáticas sejam normalizadas. Oportunidade mais concreta é a retomada das vendas para a África do Sul. No entanto, a oportunidade implica ampliar vendas externas por meio do estreitamento de relações com clientes antigos e do estabelecimento de novas relações comerciais.
Bovinocultura de corte
2014 – A pecuária de corte repetiu os resultados positivos. A produção cresceu 2,7% e o preço médio da arroba 15%, chegando a R$ 113,64 por quilo. O valor da arroba está especialmente favorável, pois cobre os custos e está acima da inflação. Dois fatores em especial colaboraram para este cenário: aumento do consumo de carne e exportações.
A oferta seguiu aquém da demanda e tende a continuar apertada. O valor do gado de reposição, bezerros (5,5 @) e boi magro (12 @), seguiu em alta: 41% e 33,9%, respectivamente, mais que em 2013, e deve continuar alto em 2015. Minas Gerais, com o segundo maior rebanho do país (23,4 milhões de cabeças), respondeu por 9,8% dos abates inspecionados. O desempenho está expresso no VBP: R$ 6,58 bilhões, 18% maior que em 2013. As exportações mantiveram o mesmo volume do ano anterior, mas renderam 7% mais. Alguns dos embargos impostos à carne brasileira foram revertidos, com vendas retomadas para África do Sul, Azerbaijão, Chile, China, Egito, Gabão, Irã, Iraque, Jordânia e Peru. Outros ficaram para 2015: Arábia Saudita, Bahrein, Bielorússia, Catar, Japão, Kuwait e Líbano.
2015 – O segmento é a grande esperança do agronegócio no próximo ano. A aposta é que o valor alcançará a cifra recorde de R$ 7,2 bilhões, o que implicará aumento de 8% na produção e de 10% da receita. Entretanto, o cenário macroeconômico é incerto e pode interferir nesta conquista. Um desempenho pífio da economia restringirá o consumo de carnes. A oferta ditará o comportamento do mercado, pois os animais de reposição continuarão com disponibilidade limitada.
Cana-de-açúcar
A crise do setor sucroenergético continuou em 2014. Apesar do aumento de área em 3,3% este ano, a produção mineira foi menor do que a esperada, afetada principalmente pela seca. Além disto, houve diminuição da competitividade do açúcar internacionalmente, que perdeu espaço para a Tailândia e sofreu com a queda das cotações.
O etanol também perdeu espaço. Em Minas Gerais foram fechadas oito usinas, com perda de 80 mil postos de trabalho. Na safra 2013/14, a produção nacional foi de 653,5 milhões de toneladas (61,1 em Minas Gerais), produzindo 37,7 milhões de toneladas de açúcar (3,4 em MG) e 27,5 bilhões de litros de etanol (2,7 em MG).
Perspectivas para 2015
O setor se sente desestimulado. As usinas estão descapitalizadas, os preços estão baixos e o setor ainda aguarda que o governo federal mude a política de combustíveis, que continua minando a competitividade do biocombustível. O estudo técnico, que analisou o aumento da mistura de etanol à gasolina de 25% para 27,5%, foi favorável e a autorização do governo é uma das grandes expectativas para 2015. Em Minas, espera-se um efeito positivo da redução da alíquota de ICMS do etanol de 19% para 14%.
Em relação à produção de cana-de-açúcar, safra 2014/15, as perspectivas não são otimistas. Em virtude da seca, muitas usinas anteciparam a moagem. Apesar do aumento da área plantada em 2,7% (de 779,8 para 800,9 mil hectares), estima-se que, em Minas Gerais, a produção seja reduzida para 59,5 milhões de toneladas (2% menos que a da safra passada). A produção de açúcar no estado é estimada em 3,3 milhões de toneladas (-2,5%) e a de etanol, 2,7 bilhões de litros (+1,5%). Para os produtores, é necessária a adoção de políticas públicas adequadas, como de garantia de preço mínimo, seguro rural e subvenção em casos emergenciais.