Mandioquinha-salsa BRS Rubia 41
"Com um bom manejo, que envolve zoneamento climático (escolha de áreas mais altas), rotação de culturas, produção de mudas de boa qualidade, que podem ser obtidas através do método de pré-enraizamento em canteiros, o cultivo da mandioquinha-salsa é perfeitamente viável e altamente rentável na região", explica o pesquisador Nuno Madeira, que coordena o programa de Melhoramento da hortaliça. A nova cultivar, segundo ele, representa justamente uma alternativa para diversificação ao plantio da Senador Amaral, lançada em 1988, e que predomina nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná. "A BRS Rubia 41 apresenta maior produtividade, raiz mais longa, maior produção de mudas por planta e qualidade culinária semelhante à de Senador Amaral", registra o pesquisador.
Testes de campo que comprovaram as qualidades apontadas por Madeira foram realizados a partir de 2011, dentro de um trabalho de parceria com instituições de pesquisa e extensão rural e com agricultores de Minas Gerais, de Goiás e do Distrito Federal. Com o seu potencial testado e aprovado, chegou a ocasião de demonstrá-lo para os produtores locais, missão desempenhada pelo evento promovido pela Embrapa Hortaliças: "O dia de campo teve como principal objetivo acenar com novas perspectivas que possibilitem um pouco mais de estabilidade na produção de mandioquinha-salsa do Distrito Federal", destaca o pesquisador, que compartilhou a apresentação como os pesquisadores Neide Boltrel e Aguinaldo Carvalho. Ele acrescenta que se trata ainda de um universo pequeno – a hortaliça vem sendo produzida por cerca de 20 produtores da região, alguns especializados na cultura, outros dentro de uma produção diversificada, principalmente sob manejo orgânico em propriedades com no máximo 10 hectares.
Expectativas
Para o produtor Shoichi Sumida, do Núcleo Rural de Vargem Bonita, as mudanças verificadas no clima da região mudaram o cenário, "antes muito mais favorável para a produção de mandioquinha-salsa". Sumida louvou a iniciativa da realização de um dia de campo que discutiu essa e outras problemáticas enfrentadas pelos agricultores do DF. "É uma cultura que exige experiência de campo, não dá para ficar só na teoria de sala de aula, e as demonstrações sobre as técnicas de manejo mais apropriadas para a nova cultivar foram muito bem-vindas", opinou o produtor, que espera agora o acesso às mudas da BRS Rubia 41.
A resposta a essa questão veio do pesquisador e chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia Warley Nascimento. Segundo ele, o próximo passo com relação à cultivar envolve o licenciamento de produtores de mudas que, posteriormente serão disponibilizadas aos agricultores interessados "Três produtores tecnificados de Minas Gerais já se mostraram interessados e a expectativa é de que em breve tenhamos uma boa quantidade de mudas à disposição de interessados em produzir a BRS Rubia 41."
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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