Importância das marcas globais e aumento dos custos de marketing levam a concentração na indústria de cacau
Um negócio bilionário aumentou de forma significativa a concentração no mercado mundial de chocolate. A aquisição da divisão de cacau da Archer Daniels Midland (ADM) pela Olam, por US$ 1,3 bilhão deixa na mão de apenas três empresas 60% do processamento global da commodity, de acordo com reportagem do jornal britânico Financial Times.
Conforme a publicação, além da Olam, a Cargill (dos Estados Unidos) e a Barry Callebaut (da Suíça), serão as companhias dominantes. A expectativa é de que o negócio entre ADM e Olam seja concluído até o segundo trimestre de 2015.
Ainda segundo o Financial Times, a operação, anunciada no início desta semana é mais um episódio de uma forte concentração no setor de chocolates, que vem ocorrendo ao longo das últimas décadas “em razão da atividade requerer investimentos intensivo de capital”. Uma consolidação estimulada, entre outros fatores, pela maior importância das marcas globais e o crescimento dos custos de marketing e desenvolvimento.
No começo dos anos 90, os processadores eram cerca de 90. Pouco mais de dez anos depois, eram 9, com ADM, Barry Callebaut e Cargill à frente. Em 2006, diz a reportagem, as três empresas respondiam por 41% do processamento de cacau.
De acordo com o comunicado oficial da Olam sobre o negócio, a compra envolve oito fábricas que têm capacidade total de processar 600 mil toneladas de cacau, além de 10 armazéns, duas usinas e centros de inovação, além de uma rede comercial em 16 países.
“Com o cacau se tornando prioridade nas nossas plataformas de investimentos, a aquisição representa uma oportunidade para transformar a Olam em uma líder global em um mercado com perspectivas de crescimento atrativas”, disse o co-fundador da empresa, Sunny Verghese, de acordo com o comunicado.