O aumento da expectativa ocorreu com etanol remunerando mais que o açúcar, além de uma maior produtividade da safra de cana em regiões não afetadas pela seca. A produção do biocombustível vai superar a registrada na temporada anterior, quando somou 25,57 bilhões de litros, segundo a Unica.
"A produção de etanol vai ser maior que no ano passado e a redução de exportação vai aumentar a oferta interna", disse o diretor-técnico da Unica, Antonio de Padua Rodrigues, a jornalistas.
A entidade que reúne as usinas da principal região produtora do Brasil disse ainda que a produção de açúcar do centro-sul em 2014/15 atingirá 31,93 milhões de toneladas, ante 31,36 milhões na projeção de agosto.
Já a moagem de cana em 2014/15, que está sendo finalizada, foi estimada em 567 milhões de toneladas, ante 546 milhões em agosto.
A moagem de cana ficará abaixo do total processado na temporada passada (2013/14), quando o centro-sul moeu um recorde de 597 milhões de toneladas, por conta do tempo adverso. A produção de açúcar na safra anterior somou 34,29 milhões de toneladas.
"O impacto da estiagem sobre a safra de cana só não foi maior porque houve aumento de área e produtividade em algumas regiões que não foram atingidas pela falta de chuva", afirmou Padua.
Ele citou como exemplo o Mato Grosso do Sul e Goiás, onde a associação observou um avanço da produtividade agrícola da lavoura, contrapondo o menor rendimento nas demais regiões.
Em relação à próxima safra, Padua afirmou que ainda é cedo para fazer qualquer projeção mais segura sobre a produção.
Entretanto, avalia que as condições de mercado tendem a ser mais positivas para o produtor devido à tendência de reversão do quadro superavitário no mercado mundial de açúcar, potencializado pela desvalorização do real frente ao dólar, e às mudanças observadas e esperadas para o mercado de etanol.
Entre essas mudanças se destacam a redução do ICMS cobrado sobre o etanol hidratado em Minas Gerais, a expectativa de anúncio do aumento da mistura de etanol anidro na gasolina e a possível retomada da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre a gasolina, o que aumenta a competitividade do biocombustível.