Publicado em 11/12/2014 15h39

Carne: Brasil terá novo recorde de exportação em 2015

Associação das indústrias espera faturar US$ 8 blhões com vendas internacionais no ano que vem
Por: Estadão Conteúdo

carne

As exportações brasileiras de carne bovina devem bater novos recordes em 2015, afirmou nesta quinta-feira, dia 11, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), Antônio Jorge Camardelli. Segundo estimativas da entidade, o faturamento das vendas externas da proteína deve somar US$ 8 bilhões, o que representa aumento de 9,8% na comparação com a projeção para este ano, que é de US$ 7,2 bilhões.

Para o volume, a perspectiva da associação é de que os embarques totalizem 1,7 milhão de toneladas, com alta de 7,6% na comparação com a expectativa de 1,58 milhão de toneladas neste ano.

Segundo Camardelli, a abertura de novos mercados para a carne bovina brasileira deve ser o principal vetor de crescimento para as exportações do setor em 2015. A China está entre os países que devem voltar a importar a proteína brasileira já entre o final de 2014 e o início do próximo ano.

"O Brasil tem a vantagem de ser hoje o único país que pode abastecer qualquer mercado emergente em termos de volume", afirmou ele, durante coletiva de imprensa em São Paulo.

A Austrália é hoje a principal exportadora de carne bovina para a China, com uma participação de 50% nas importações chinesas. O país, no entanto, sofre com uma crise de oferta de animais devido à estiagem, que prejudica os pastos e a engorda dos bois.

Além do mercado chinês, a Abiec conta também com a abertura do mercado norte-americano já no próximo ano. "Não temos mais qualquer dúvida sobre a abertura do mercado dos Estados Unidos", disse Camardelli. Segundo ele, o processo de negociação já está bem avançado e os governos dos EUA e do Brasil precisam agora acertar os critérios sanitários. "Outra vantagem da abertura deste mercado é o trânsito no Nafta. México e Canadá também são importantes mercados consumidores de carnes", explicou.

Para 2015, a associação espera ainda que outros mercados, como Japão, Taiwan e Indonésia, também retirem seus embargos às importações da proteína bovina brasileira.

 

Rússia

Já o mercado russo, segundo Camardelli, exige cautela das companhias do setor. Em 2014, a Rússia aumentou o número de plantas brasileiras habilitadas a exportar para o país devido às sanções impostas aos Estados Unidos, União Europeia e Austrália. "O setor tem de estar preparado para uma eventual mudança nessa situação política da crise com a Ucrânia. Hoje, temos 57 plantas autorizadas para exportar, mas não é possível saber como ficará esse número", disse ele.

Além da possibilidade de uma retirada das sanções, o presidente da Abiec destacou ainda a recente desvalorização do rublo, que pode reduzir as exportações do país, principalmente, em receita.

 

Abate

De acordo com estimativa da Abiec, o abate de bovinos no Brasil deve fechar 2014 em 24,516 milhões de cabeças, considerados os estabelecimentos cadastrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF). O volume representa uma queda de 5,3% na comparação com as 25,896 milhões de cabeças abatidas em 2013.

Já o total de abates é estimado pela Abiec, com base em dados da Agroconsult, em 42,22 milhões de cabeças, número 1,6% inferior ao do ano passado. Para 2015, a perspectiva da associação é de uma manutenção do número de animais abatidos. A perspectiva da Agroconsult é de um abate de 42,83 milhões de cabeças no próximo ano. Apesar de uma oferta ainda restrita de animais, as exportações não devem ser afetadas. 

"A perspectiva para o ano que vem é de que abate fique parecido com o deste ano, mas compensado pelo crescimento do peso médio dos animais, o que deve ajudar para uma produção de carne maior", explicou o diretor-executivo Fernando Sampaio. Segundo ele, os elevados preços da arroba também devem estimular a engorda de animais em sistemas de confinamento no próximo ano, garantido uma oferta mais regular durante a entressafra.

 

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