Publicado em 27/11/2014 08h35

Exportação garante o avanço das próximas safras na América do Sul

América do Sul é responsável por 54% das exportações de soja, reflexo da força do Brasil e da Argentina e também da ampliação das lavouras do Paraguai, Uruguai e Bolívia
Por: AgroGP

porto soja

O crescimento contínuo da safra de soja na última década colocou os países da América do Sul em posição de destaque no mapa do agronegócio mundial. De acordo com o Depar­tamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda), a região irá produzir 163,3 milhões de toneladas do grão na safra 2014/15, 5,4% a mais em relação à temporada passada (154,9 milhões de t). O volume representa 54% da produção mundial. 

Apesar de significativo, o aumento da safra atual é considerado tímido em comparação com as previsões de longo prazo. Durante o 1.º Fórum de Agri­cultura da América do Sul, realizado no ano passado, projeções de mercado deram conta de que a colheita na região irá crescer um terço até 2023, chegando a 217,8 milhões de toneladas. Em nenhuma parte do mundo a agricultura avança tanto como na América do Sul. 

Diante da evolução exponencial da agricultura na região, o desafio passa a ser a busca pela sustentabilidade para um avanço contínuo nos próximos anos, no mesmo compasso do ritmo da demanda global. Um desses pilares, talvez o mais importante, é a exportação. Segundo Usda, a região deve responder por 54% do comércio global da oleaginosa na atual temporada, com 62,6 milhões de toneladas. 

Os negócios com soja envolvendo esses países no comércio internacional ocupam parte da programação da segunda edição do Fórum de Agri­cultura da América do Sul. O painel “Comércio Internacional – Acordos bilaterais ou negociações de bloco?”, no primeiro dia de discussão (27), às 16 horas, promove reflexão sobre a atuação do Mercosul e a necessidade de os países sul-americanos revisarem suas relações comerciais com os países importadores. 

Mais fortes juntos 

A produção de soja da América do Sul é puxada principalmente por Brasil e Argentina. Porém, outras nações da região dão importante contribuição ao mercado da commodity. Com base nos dados do departamento de agricultura dos EUA, cinco países sul-americanos estão entre os dez maiores produtores de oleaginosa do mundo. 

O Paraguai desponta como a terceira força da região e quarta do planeta em exportação. O país ampliou o plantio de verão em 6,67% em relação à safra passada, com potencial para retirar das lavouras mais de 9,5 milhões de toneladas do grão. Os produtores também investem para colher acima de 900 mil toneladas na segunda safra. Confirmados esses números, a produção paraguaia chegará à marca recorde de 10,5 milhões de toneladas – 1 milhão a mais do que em 2013/14. São números da Expedição Safra Gazeta do Povo, que percorreu os quatro principais polos de produção do país em outubro. 

Considerados ainda emergentes nos processos agrícolas, Bolívia e Uruguai ganham importância na região e no mundo. Os dois países adicionam 5,9 milhões de toneladas de soja à produção da América do Sul. Apesar de ter áreas menores para plantar, a dupla amplia sua participação no mercado global. Na última temporada, exportou 3 milhões de toneladas do grão.

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