Publicado em 25/07/2023 14h45

Redução da emissão de gases de efeito estufa é destaque de fazendas visitadas pelo Confina Brasil no MS

Roteiro feito de 17 a 21 de julho também identificou atenção máxima à qualidade da dieta e da água fornecida aos bovinos, questões que também estão ligadas à geração dos gases
Por: Irvin Dias

Seguindo o planejamento de visitas da segunda rota do Confina Brasil 2023, a “Equipe 1” da pesquisa-expedicionária promovida pela Scot Consultoria visitou sete municípios em Mato Grosso do Sul, incluindo a capital Campo Grande, de 17 a 21 de julho. Ao todo, nessa semana, dez propriedades rurais receberam a equipe do projeto, que coletou dados de produção de sistemas intensivos e semi-intensivos.

Confinamentos que valorizam e cuidam da qualidade da água fornecida aos bovinos foram destaque nas visitas, além de propriedades reconhecidas pelo comprometimento na luta para redução de emissão de gases nocivos à atmosfera, assim como atenção máxima à composição da dieta dos bovinos, com investimento em insumos alimentares de qualidade.

Carbono neutro em 30 mil hectares

Um dos destaques da primeira semana da segunda rota, a visita à Santa Vergínia, propriedade localizada em Bataguassu (MS), chamou a atenção dos profissionais do Confina Brasil.

O confinamento é um dos primeiros do país a ser reconhecido como projeto carbono neutro. “Isso quer dizer que a propriedade faz uso de manejos que visam redução e compensação da emissão de gases, equilibrando a balança”, diz Diego Rossin, médico-veterinário e técnico do Confina Brasil.

Além disso, a Santa Vergínia também chamou a atenção pelo seu tamanho: são 30 mil hectares próprios, ou 300 quilômetros quadrados. A fim de comparação, a cidade de Paris conta com 105,4 quilômetros quadrados. Com isso, a propriedade tem quase três vezes o tamanho da capital francesa.

“Desses impressionantes 30 mil hectares, 12 mil são destinados apenas à pastagem, já que boa parte dos bovinos são terminados no sistema de Terminação Intensiva a Pasto (TIP). Outros 8 mil hectares da propriedade se enquadram como Integração Pecuária-Floresta (IPF)”, informa Diego.

Atenção à dieta

Em Ribas do Rio Pardo (MS), cidade que abriga a Fazenda Cachoeirinha, o destaque foi para a composição da dieta.

“Os gestores optaram pela utilização de feno como volumoso na alimentação do rebanho. Para fornecer o que há de melhor para a engorda e desenvolvimento de carcaça do gado, os proprietários investem pesado nas soluções nutricionais da Nutron, que compõem grande parte dos insumos alimentares”, diz Jayne Costa, zootecnista e técnica do Confina Brasil.

A Fazenda Ariranha, que possui capacidade estática de 5 mil cabeças, também foi visituada. Projeto montado em Três Lagoas (MS), a uma distância de cerca de 330 quilômetros de Campo Grande (MS), no confinamento, é utilizada silagem de milho, sorgo e/ou de girassol na alimentação dos animais, dependendo de qual cultura é produzida na safra. 

Qualidade da água

Uma das preocupações cada vez mais crescentes entre os pecuaristas é a qualidade da água fornecida ao rebanho. No confinamento da fazenda Ariranha, o cocho que abriga a água é lavado de forma alternada entre os dias. Jayne informa que “os proprietários foram categóricos ao dizerem que o boi que engorda é o que bebe água de qualidade”.

A Fazenda Santa Amélia concorda com essa afirmação, já que a programação de limpeza dos cochos de água também é feita de forma intercalada entre os dias das semanas. Na propriedade, tocada por Milton César Gonçalves e com apenas 10 anos de fundação, as cerca de cinco mil fêmeas Nelore e F1 Angus recebem água com a máxima qualidade possível no confinamento. Elas são recriadas a pasto em outra propriedade da fazenda e chegam à Santa Amélia, em Santa Rita do Pardo (MS), para adaptação e entrada no sistema intensivo de terminação.

Publicidade