Publicado em 24/07/2023 10h40

Controle de parasitas internos no período de seca é essencial para sucesso dos rebanhos bovinos

Estudos apontam para um prejuízo – causado pelos parasitos – estimado em US$ 14 bilhões por ano na pecuária mundial
Por: Irvin Dias

Promover a saúde geral de um rebanho bovino nunca é fácil. Quanto maior o número de animais compondo o plantel, maior o desafio, pois o potencial de transmissão de enfermidades aumenta consideravelmente. Basta a primeira infecção para que as pastagens sejam tomadas por esses parasitas, a exemplo dos nematódeos – que atuam, principalmente, no trato gastrointestinal dos bovinos. "Estudos apontam para um prejuízo – causado pelos parasitos – estimado em US$ 14 bilhões por ano na pecuária mundial", destaca Guilherme Moura, gerente técnico de animais de produção da Vetoquinol Saúde Animal.

De acordo com Moura, a estratégia mais importante é o olhar mais estudado sobre esse mal. Essa visão será determinante para ter sucesso e lucro financeiro na fazenda ao longo do ano. O período preferido pelos vermes para proliferação é quando há chuva e umidade, geralmente no verão. No inverno, com o clima frio e seco pela baixa precipitação, os parasitas passam por grandes desafios de sobrevivência, mas não se pode baixar a guarda nessa época.

"É recomendável que o pecuarista intensifique as vermifugações no rebanho, principalmente em animais jovens e fêmeas em gestação, ainda mais no pré-parto. Esse grupo de bovinos fica mais suscetível a se infectar com esse mal. O melhor período para essa intensificação é o momento em que os nematódeos estão mais fragilizados, pois com uma carga parasitária baixa, quando chegar o clima favorável à infestação, com uma população menor, fica mais fácil o combate", explica Moura que é médico-veterinário e doutor em ciência animal pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Com a falta de chuva, os nematódeos sofrem com exposição à radiação solar, a altas temperaturas e a uma grande amplitude térmica – quando há grande diferença entre as temperaturas mínima e a máxima, principalmente no período da tarde para a noite. "Esse é o momento perfeito, pois as soluções vão ter maior eficiência no tratamento desses parasitas, reduzindo infestações futuras. Porém, também é importante manter o controle durante todo o ano e acompanhar de perto a carga parasitária no rebanho. Isso pode ser feito com exame amostral de fezes com a contagem de Ovos Por Grama (OPG)", completa Moura.

Os principais parasitas que acometem os bovinos são: Haemonchus placei, Trichostrongylus axei, Strongyloides papillosus, Cooperia Punctata, Bunostomum phebotomum e Oesophagostomum radiatum. Essas espécies atuam nos intestinos delgado e grosso, além do abomaso (compartimento do estômago) dos animais, acarretando em prejuízo na produção de carne, já que o animal acometido pode perder muitos quilos de carcaça, o que reduz seu valor no momento de abate.

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