A moagem de trigo no Brasil atingiu 12,67 milhões de toneladas em 2021, volume considerado estável em relação ao registrado no ano anterior. Os dados são da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) em pesquisa de moagem divulgada nesta segunda-feira (30/5). O documento revelou também que, do total processado, cerca de 9,9 milhões de toneladas correspondem à farinha de trigo.
Em 2020 foram moídos 12,70 milhões de toneladas de trigo, sendo 9,5 milhões de toneladas destinadas à farinha de trigo, segundo a Abitrigo. A região Norte/Nordeste liderou a moagem nacional em 2021, com 3,56 milhões de toneladas do volume total processado pelo País. Na sequência, o Paraná processou um volume muito próximo, de 3,55 milhões de toneladas. Santa Catarina/Rio Grande do Sul moeram 2,47 milhões de toneladas. A média de extração dos moinhos ficou em 78,1%.
O índice mede o porcentual de farinha obtido sobre o trigo processado. O resultado da pesquisa, segundo o presidente executivo da Abitrigo, Rubens Barbosa, expressa a estabilidade da demanda por farinha de trigo no Brasil e a alta do custo de produção do cereal. "No ano de 2021, não houve um crescimento no consumo de farinha por parte dos brasileiros. Isso, provavelmente, ainda é um reflexo dos impactos da pandemia para a população", disse.
Segundo ele, o cenário de conflito entre Rússia e Ucrânia também encareceu os custos de produção e do próprio cereal em nível mundial, o que se refletiu nos números da moagem brasileira.
De acordo com a entidade, 43,7% das farinhas produzidas foram consumidas no segmento de panificação e pré-misturas. Ainda segundo o relatório da Abitrigo, 14,6% do total foi destinado para massas e 7,8% para biscoitos. Outros setores que complementam o destino das farinhas são pães industriais, food service e doméstico.
Os dados, segundo a associação, se baseiam em informações fornecidas pelos associados da entidade, sindicatos das indústrias do trigo e publicações oficiais das empresas. Os números englobam a moagem feita por 160 fábricas moageiras que operam no País atualmente. Em relação a 2020, houve um incremento de quatro plantas, que iniciaram ou recomeçaram suas operações em 2021.