A safra de café do tipo arábica deve crescer 0,8 por cento, para 32,2 milhões de sacas de 60 kg, na comparação com a temporada passada, informou o IBGE, cujas estimativas são menos seguidas pelo mercado do que as divulgadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
As lavouras de café arábica da principal região produtora, no Sul de Minas Gerais, que responde por 25 por cento da produção de café do Brasil, foram as mais atingidas pela seca no início de 2014. As chuvas no início de 2015 também ficaram abaixo das médias históricas.
"No ano passado, a safra de arábica sofreu uma queda drástica na produção devido ao clima extremamente seco, quente, principalmente no sul de Minas Gerais e (norte de) São Paulo", disse o instituto em seu relatório mensal.
"Este ano, as chuvas na região voltaram, mesmo que elas ainda tenham ficado abaixo das médias históricas e muito aquém do que é necessário para as árvores", acrescentou.
A próxima colheita deve começar em maio. No entanto, vai haver uma queda acentuada na produção da safra de café robusta.
O IBGE disse que a produção robusta deve cair 11,3 por cento, para 11,7 milhões de sacos, ante 2014.
O Estado do Espírito Santo, principal produtor de café robusta, que tem sofrido com o tempo seco, deverá ver uma queda de 18,1 por cento na produção, para 8,1 milhões de sacas, ante um recorde 9,9 milhões de sacas no ano passado, disse IBGE.
Em janeiro, a Conab já havia apresentado quadro semelhante para a produção do Brasil, com recuo na safra de robusta.
A Conab projetou a colheita total de café do país (arábica e robusta) entre 44,11 milhões e 46,61 milhões sacas em 2015, não muito diferente das 45,34 milhões de sacas do ano passado.
O Reuters Weather Dashboard mostrou que o Estado recebeu menos de metade da precipitação que normalmente recebe ao longo dos últimos dois meses, que são tipicamente os mais chuvosos da temporada.