O patamar histórico, entretanto, não espelha a grave crise pela qual passa boa parte das indústrias, afetadas por adversidades climáticas nos últimos anos, aumento de custos e elevado endividamento, que levou uma série de usinas à recuperação judicial.
Apesar da seca que atingiu partes importantes da região produtora no ano passado, reduzindo a disponibilidade de cana para moagem, a produção de etanol aumentou em 14/15 com as usinas direcionando menos matéria-prima para a fabricação de açúcar, uma vez que o biocombustível apresentou uma melhor remuneração que o adoçante.
Na segunda quinzena de janeiro, informou a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), o centro-sul produziu 54 milhões de litros de etanol (incluindo anidro e hidratado), resultando em uma produção total no acumulado da safra de 26,038 bilhões de litros, crescimento de 2,1 por cento na comparação com o recorde da temporada anterior, quando a moagem também foi a maior da história da região.
A Unica não comentou os números divulgados nesta terça-feira, apresentando em seu site apenas os números.
Quando o setor viveu um boom no passado, esperava-se que a produção de etanol na safra atual pudesse estar muito acima do que efetivamente foi alcançado em 2014/15.
Há cinco safras, por exemplo, o centro-sul do Brasil já produziu 25,4 bilhões de litros de etanol.
Em 2010/11, quando o centro-sul teve a sua terceira maior safra da história, a principal região produtora havia praticamente dobrado sua produção de etanol na comparação com cerca de cinco anos antes.
A produção de etanol do centro-sul em 14/15 cresceu num ritmo menor que o consumo em 2014, segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo regulador do setor, a ANP.
Os estoques apenas não ficaram apertados porque o centro-sul exportou menos etanol do que no ano anterior, além de ter importado o biocombustível.
As vendas de gasolina C, que incluem a mistura de 25 por cento de etanol anidro, subiram 7,1 por cento no Brasil em 2014 na comparação com o ano anterior, atingindo 44,364 bilhões de litros, informou a ANP.
Já as vendas de etanol hidratado, usado diretamente nos carros flex, subiram 10,54 por cento no ano passado, alcançando 12,994 bilhões de litros.