O projeto, que teve início em agosto de 2012, faz parte do Plano Brasil sem Miséria (BSM) e conta com recursos do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Seu objetivo principal é o fortalecimento dos sistemas de produção agropecuários existentes, próprios da agricultura familiar, por meio da construção participativa de alternativas tecnológicas visando garantir de forma gradativa a inserção produtiva e melhoria da renda e qualidade de vida dos agricultores deste território. As ações visam ainda melhorar os processos tecnológicos e de produção agropecuária na região semiárida e reduzir a carência de água das famílias por meio de alternativas de captação de água de chuva para uso humano e animal.
A estratégia de trabalho em andamento desde 2012 é baseada em Unidades de Aprendizagem Familiar (UAFs), que são conjuntos de atividades agrícolas tradicionalmente executadas pelas famílias e outras com potencial para serem desenvolvidas na região. As famílias/propriedades para a instalação das UAFs foram selecionadas levando-se em consideração a existência de uma estrutura mínima que possibilitasse as ações de transferência de tecnologias, a receptividade às tecnologias, bom acesso e relacionamento com a vizinhança. Os municípios foram escolhidos tendo-se por base a sua situação geográfica em relação aos demais.
De acordo com o coordenador do projeto, José Câmara, analista da Embrapa Meio-Norte, em Teresina – PI, estão em funcionamento oito Unidades de Aprendizagem Familiar, sendo uma em Simões, duas em Picos, uma em Padre Marcos, uma em Pio IX, duas em Paulistana e uma em Jaicós. Ao longo do ano de 2014, foram realizadas, em média, 40 reuniões com agricultores e técnicos; quatro dias de campo e oito cursos. Câmara destaca a importância da participação das instituições de assistência técnica no projeto. “Espera-se que os parceiros, principalmente a Empresa de Assistência Técnica, levem as tecnologias demonstradas para os outros municípios do Território, já que a Embrapa não possui a capilaridade necessária para difundir as tecnologias em toda a região”, ressalta.
As tecnologias difundidas buscaram inicialmente garantir a segurança alimentar das famílias. Nesse sentido foram melhorados os sistemas de produção do feijão-caupi, milho, mandioca, hortaliças e também das criações ovinos, caprinos, suínos, galinhas caipiras e criação de peixes em um sistema alternativo. Foram introduzidas várias forrageiras como: mandacaru sem espinhos, leucena, gliricídia, palma miúda em plantio adensado, moringa e sabiá. Também foram distribuídas mudas frutíferas como: manga, ata, graviola, cajá, acerola, abacate, mamão, caju e maracujá silvestre.
Na tentativa de capacitar os agricultores no uso das novas tecnologias foram ministrados vários cursos. Entre eles destacam-se: cursos sobre sistema de produção para culturas alimentares, hortaliças, criação de ovinos e sistema integrado alternativo para produção de alimentos, o Sisteminha Embrapa.
Território Vale do Guaribas - O Território Vale do Guaribas - PI abrange uma área de 22.822,40 Km² e é composto por 39 municípios: Acauã, Bocaina, Caldeirão Grande do Piauí, Campo Grande do Piauí, Fronteiras, Jaicós, Paulistana, Picos, Pio IX, São João da Canabrava, São José do Piauí, Alagoinha do Piauí, Alegrete do Piauí, Belém do Piauí, Betânia do Piauí, Caridade do Piauí, Curral Novo do Piauí, Dom Expedito Lopes, Francisco Santos, Geminiano, Itainópolis, Jacobina do Piauí, Marcolândia, Massapê do Piauí, Monsenhor Hipólito, Padre Marcos, Paquetá, Patos do Piauí, Queimada Nova, Santana do Piauí, Santo Antônio de Lisboa, São Julião, São Luis do Piauí, Simões, Sussuapara, Vera Mendes, Vila Nova do Piauí, Francisco Macedo e Aroeiras do Itaim.
A população total do território é de 340.286 habitantes, dos quais 180.816 vivem na área rural, o que corresponde a 53,14% do total. Possui 47.428 agricultores familiares, 1.193 famílias assentadas e 20 comunidades quilombolas. Seu IDH médio é 0,60.