Na edição do boletim desta segunda-feira (9), a mediana das estimativas para o PIB (Produto Interno Bruto) saiu de crescimento de apenas 0,03% para zero. Mediana é diferente da média porque elimina os pontos extremos, para não haver muita distorção quando os intervalos entre os números mais baixos e os mais altos é muito grande.
Se isso acontecer, será o pior desempenho do PIB desde 2009, quando houve queda de 0,3%. Há quatro semanas, a expectativa era de crescimento de 0,4%.
Racionamento deve afetar produção industrial
A produção industrial também foi revista para baixo, de aumento de 0,5% para 0,44%. Há um mês, a projeção era de crescimento de 1,02%. Além de uma herança negativa deixada por 2014, quando a produção caiu 3,2%, a indústria ainda pode ser mais prejudicada por um eventual racionamento de energia.
Uma expectativa de racionamento, ainda que ele não ocorra, também tem impacto sobre a confiança das famílias e outros agentes privados.
As expectativas melhoram para 2016. Os analistas esperam crescimento de 1,5% no PIB e de 2,5% na produção industrial. Ambas as estimativas foram mantidas.
Avanço da previsão para inflação: 7,15%
Os analistas de mercado continuam ajustando suas expectativas de inflação para cima.
A projeção para a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) deu mais um salto, de 7,01% para 7,15%, na sexta revisão consecutiva para cima.
Os analistas também elevaram -pela nona vez- as projeções para os preços administrados em 2015, de 9% para 9,48%.
Esses ajustes ocorrem depois de o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informar, na sexta-feira, o IPCA de janeiro, com alta de 1,24%, a maior taxa para o mês desde 2003. Em 12 meses, a inflação acumulou avanço de 7,14%.
Também na semana passada, o governo anunciou novos aumentos na conta de energia elétrica, que deverão pressionar os administrados e a inflação oficial. No sistema de faixas tarifárias, a bandeira vermelha recebeu aumento de 83% e, a amarela, alta de 67%.
Após a inflação ser muito pressionada neste ano, os analistas esperam alívio em 2016.
A projeção do IPCA em 12 meses recuou de 6,61% para 6,56%, enquanto a do IPCA para o ano que vem seguiu em 5,60% pela segunda semana consecutiva, mas agora com menor pressão dos administrados, para os quais os analistas esperam alta de 5,50%, ante 5,80% estimados anteriormente.
Para os próximos dois anos, os analistas não mexeram nas projeções da taxa básica de juros, a Selic, que seguiram em 12,5% ao fim deste ano e 11,5% ao fim do próximo. Atualmente, o juro básico da economia está em 12,25% ao ano.