Publicado em 24/02/2021 18h54

Cuba promove o uso de transgênicos e cria comissão nacional

A norma para a sua utilização, amparada pelo Decreto-Lei nº. 4, faz parte de um pacote de políticas
Por: Leonardo Gottems | Agrolink

Pesquisadores cubanos em biotecnologia agrícola promovem o uso de Organismos Geneticamente Modificados (OGM) para obter melhores sementes e mais rendimentos, destacam hoje seus desenvolvedores. A questão da produtividade agrícola preocupa cientistas e agrônomos, porque até 2050 a utilidade da terra diminuirá em mais da metade globalmente, explicou Eulogio Pimentel, vice-presidente da BioCubaFarma, na Mesa Redonda do programa de rádio e televisão. 

Os também conhecidos alimentos transgênicos são algumas das alternativas que a ciência oferece, frisou. Mas, disse o especialista, eles têm que provar seu valor nutricional e que "eles não são tóxicos nem ecotóxicos". 

Para Mario Pablo Estrada, diretor de Pesquisa Agropecuária do Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB), líder desses produtos, os alimentos transgênicos vão ajudar na produção de sementes do próprio país, especialmente milho e soja. Ele exemplificou que de 2014 a 2018 Cuba importou 700 mil toneladas de milho por ano, mais de 1,5 bilhão de dólares em alimentos importados. 

Ao endossar o uso desta tecnologia, Estrada explicou que atualmente vários cientistas ganhadores do Prêmio Nobel e mais de 200 instituições garantem seu uso por meio de 25 anos de pesquisas sobre seus benefícios, tanto para a saúde humana quanto para o meio ambiente. Em julho passado, cientistas cubanos criaram uma Comissão Nacional para o Uso de OGM, voltada ao controle e uso ordenado desta técnica biotecnológica, como alternativa para o desenvolvimento agrícola nacional. 

A norma para a sua utilização, amparada pelo Decreto-Lei nº. 4, faz parte de um pacote de políticas associadas às capacidades científico-tecnológicas do país e na busca da produção de sementes neste processo biotecnológico agrícola.