Publicado em 29/09/2017 17h46

Clima e preços favoráveis estimulam o cotonicultor a plantar em 2017/2018

Algodão: números em alta para 2017/2018
Por: Agrolink

Se as estimativas da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), apresentadas na última quarta-feira (27/09) na Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados se confirmarem, na safra 2017/2018 a área plantada com algodão no Brasil será de 20,3% maior que no ciclo anterior, que acaba de ser concluído, e a produção, 11,3% superior. Isso corresponde a 1,1 milhão de hectares com a cultura nos dez estados produtores brasileiros que, juntos, deverão gerar em torno de 1,8 milhão de toneladas de pluma, com produtividade média de 1,6 mil quilos por hectare. Os dados foram divulgados, durante a 48a reunião da Câmara, realizada na sede do Ministério da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento (Mapa), com presença dos representantes das associações estaduais de produtores de algodão e dos demais elos da cadeia produtiva da pluma.

O aumento da área plantada, segundo o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Arlindo de Azevedo Moura, que também preside a Câmara, é resultado de um encontro de condições estimulantes ao plantio. Dentre elas, a volta à normalidade climática em estados que vinham de vários anos de seca, por influência do fenômeno el nino, como a Bahia, e, também, o aquecimento do mercado, cujos preços, atualmente, estão em torno de R$2,41/libra-peso (R$5,35/kg) no mercado interno e US$ 0,69/libra-peso (U$S 1,50/Kg).
 
"Mas essas condições ideais de clima, que resultaram em uma safra de excelente qualidade e produtividade em 2016/2017, não são uma certeza para 2017/2018. Por isso, somos bem moderados nas nossas estimativas de produtividade. O aumento no plantio atende a uma demanda maior, que permite uma série de leituras conjunturais", disse o presidente.
 
De acordo com o representante da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Leonardo Abranches, o setor começa a dar sinais de recuperação, após três anos consecutivos de queda de produção, vendas e emprego. O resultado é diretamente ligado, segundo a Abit, à melhoria das vendas no varejo, 7,1% no período de janeiro a julho de 2017, comparadas ao ano anterior. "A produção têxtil está crescendo 5,4% e a produção de vestuário, 4,9%, de janeiro a julho deste ano", divulgou.
 
Comparando o mês de agosto de 2017 com o mesmo período em 2016, as exportações brasileiras tiveram resultado 21,6% maior. Foram 68 mil toneladas este ano contra 56 mil toneladas no ano passado. A soma dos contratos, em agosto deste ano, foi de mais de US$100 milhões.