Publicado em 27/09/2017 18h47

Abengoa Bionergia Brasil anuncia pedido de recuperação judicial

A demanda foi feita na segunda-feira foro de Santa Cruz das Palmeiras (SP)
Por: Estadão Conteúdo

cana-surgane-energia-etanol (Foto: Creative Commons)

A Abengoa Bioenergia Brasil (ABBR), braço sucroenergético da companhia espanhola com duas usinas no Estado de São Paulo, em Pirassununga e São João da Boa Vista, informou nesta terça-feira, 26, ter entrado com o pedido de recuperação judicial. A demanda foi feita na segunda-feira foro de Santa Cruz das Palmeiras (SP). A matriz na Espanha também enfrenta um processo de recuperação judicial naquele país e, no Brasil, o braço de transmissão de energia teve um plano de recuperação aprovado em agosto deste ano.

"Durante os últimos 19 meses a ABBR tentou de forma ativa, e com a ajuda dos nossos mais importantes credores e assessores financeiros, atrair investidores que aportassem recursos ao negócio fora da recuperação judicial", informou. "A atual situação de crise política e econômica do Brasil, junto com uma queda de preços do açúcar de 40% e a falta de crédito ao setor, contribuiu para que os investidores que se aproximaram neste período desistissem do negócio", completou a empresa em nota.

Diante do cenário relatado, a empresa afirma: O pedido de recuperação judicial foi adotado "para proteger os interesses de todos os nossos credores, que muito nos ajudaram durante esse período, de forma a permitir a continuidade do negócio, garantindo os postos de trabalho, e evitando a desvalorização dos ativos". Sem dar mais detalhes, a ABBR disse que o futuro plano de reestruturação será apresentado "para pagamentos das dívidas de acordo com as possibilidades do negócio e facilitará e dará segurança na entrada de investidores".

Em abril, a ABBR informou que esperava processar, na safra 2017/2018 de cana-de-açúcar, 5,9 milhões de toneladas nas duas unidades. Hoje a assessoria não informou se as usinas ainda estão moendo e se a meta será atingida. A Abengoa iniciou as operações no setor sucroenergético do Brasil há dez anos, com a compra da Dedini Agro, em uma operação que superou R$ 2 bilhões, com R$ 1,3 bilhão pelos ativos, além de uma dívida de R$ 730 milhões. A companhia espanhola relatou que teve prejuízos pelos ativos superestimados de moagem divulgados pela Dedini, recorreu à Justiça, mas foi derrotada.