Publicado em 04/12/2014 17h37

BOI/CEPEA: Exportação para Rússia diminui, mas preços da carne seguem firmes

Em novembro, exportadores brasileiros embarcaram 20% a menos de carne in natura, mas ainda conseguiram preço médio em Real cerca de 2% maior que o de outubro.
Por: Bloomberg

nelore

A diminuição das vendas reflete, sobretudo, a retração de seu principal cliente, a Rússia. Em setembro, os russos adquiriram 34,23 mil toneladas; em outubro, foram 35,1 mil e, em novembro, apenas 14 mil toneladas.
Já para outros destinos também de destaque, como Hong Kong e Egito, houve aumento do volume exportado em novembro.
 
O total de 90,5 mil toneladas de carne in natura brasileira embarcadas no último mês elevou o acumulado no ano para 1,119 milhão de toneladas, 4,3% a mais que o volume do mesmo período do ano passado (1,073 milhão de t) e apenas 7,5% inferior ao recorde de 2007. Quanto ao preço médio em dólar, no ano, está 4,35% superior ao da parcial de 2013, na marca de US$ 4.711,23/t. Com a ajuda do câmbio, a diferença positiva aos exportadores brasileiros sobe para 13%.
 
Quanto às vendas de carne aos brasileiros, na falta de indicadores de volume comercializado, a análise dos preços no atacado da Grande São Paulo (maior centro consumidor) mostra que o volume ofertado continua sendo absorvido, mesmo com os preços em patamar elevado.
 
A média da carcaça casada de boi no atacado foi de R$ 9,02/kg em novembro, 9% maior que a de outubro. No mesmo comparativo, a arroba de boi – considerando-se o Indicador ESALQ/BM&FBovespa – avançou 6,8%. Se a análise for feita com as variações ao longo do mês de novembro, também há vantagem para a carne, que avançou 4,07% enquanto a arroba (Indicador), 3,6%.
 
Essas diferenças sinalizam que os frigoríficos, na média, estão conseguindo passar adiante, tanto no mercado interno quanto externo, os reajustes que têm concedido à arroba do boi. Tal valorização do boi se fundamenta na oferta reduzida, causada em grande parte – direta e indiretamente – pela seca.
 
A média do Indicador ESALQ/BM&FBovespa em novembro foi de R$ 143,10, a maior da série deflacionada (IGP-DI de outubro) do Cepea, superando o recorde anterior de novembro de 2010, corrigido para R$ 135,73.
 
Especificamente no início desta semana, foi verificada tentativa de recuou da parte compradora, o que resultou em alguma pressão sobre as cotações da arroba na segunda-feira. Mas esse movimento não foi suficiente para mudar a tendência do mercado, tendo em vista a continuidade do desequilíbrio entre volumes ofertado e demandado, sobretudo no estado de São Paulo. Na terça, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa fechou a R$ 144,93.
 
Para o bezerro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa referente ao animal nelore, de 8 a
12 meses, em Mato Grosso do Sul, fechou a R$ 1.206,08 no dia 02; em novembro, acumulou alta de 5,07%. A média do bezerro em São Paulo (à vista) também registrou variação positiva no mês, mas de apenas 1,15%, fechando a R$
1.159,21 na terça.

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