Publicado em 25/08/2017 18h41

Agricultura irrigada está abandonada pelo governo

Oito entidades representativas do agronegócio reivindicam mudanças na Política Nacional de Irrigação
Por: Leonardo Gottems | Agrolink

Oito entidades representativas do agronegócio reivindicam mudanças na Política Nacional de Irrigação. Eles pedem a transferência do comando das ações para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), alegando que o atual responsável, o Ministério da Integração Nacional, não atende às demandas do setor por estar “direcionado a obras de infraestrutura”.

A ‘gota d’água’ foi a recente extinção da Secretaria Nacional de Irrigação (Senir) “deixando a atividade sem comando e direcionamento”. “A condução da política de agricultura irrigada no Brasil enfrenta um quadro de abandono por parte do governo federal”, diz um documento elaborado pelas entidades batizado de “Carta Aberta dos Irrigantes”.

O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, afirma é “urgente alterar o modelo institucional em vigor passando o controle para o Ministério da Agricultura”. De acordo com o texto da Carta, “o fortalecimento da Política Nacional de Irrigação levará à expansão da área irrigada, verticalizando a produção agropecuária, gerando empregos, reduzindo o risco climático e promovendo o uso eficiente dos recursos naturais”.

O presidente da Câmara Setorial de Equipamentos de Irrigação da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Marcus Tessler, sustenta que não há outro país no mundo com a capacidade e condição que o Brasil tem para expandir a agricultura irrigada: “Hoje são quase 6 milhões de hectares de área irrigada, mas temos potencial para alcançar 60 milhões”.

O documento foi entregue aos deputados Tereza Cristina (PSB/MS) e Guilherme Coelho (PSDB/PE), representantes da Frente Parlamentar da Agropecuária na Câmara. “Esse é um tema sensível. Precisamos avançar na adoção de uma política de irrigação que atenda aos interesses do produtor”, garantiu Cristina.

Além da CNA, as seguintes entidades assinam o documento: Câmara Temática de Agricultura Sustentável e Irrigação do MAPA; Associação Brasileira de Irrigação e Drenagem; Associação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação; Associação do Sudoeste Paulista de Irrigação e Plantio na Palha; Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia; Associação dos Irrigantes do Estado de Goiás; Associação dos Produtores Rurais e Irrigantes do Noroeste de Minas Gerais; e o Sindicato dos Produtores Rurais de Luis Eduardo Magalhães.