Publicado em 11/05/2017 00h43

Mundo deve produzir menos e consumir mais soja na safra 17/18, diz USDA

Para o Brasil, expectativa é de uma safra de 107 milhões e estoques de 21,4 milhões de toneladas, segundo os técnicos
Por: Raphael Salomão

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Safra norte-americana de soja deve ter produtividade menor compensando a área maior (Foto: José Medeiros/Ed. Globo)

O mundo deve produzir menos soja na safra 2017/2018, avalia o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Os primeiros números para o próximo ciclo, divulgados nesta quarta-feira (10/5), apontam para uma safra de 344,68 milhões de toneladas do grão. A estimativa para o ciclo atual é de 348,04 milhões de toneladas.

De acordo com os técnicos, a próxima temporada deve apresentar um volume menor de soja nos Estados Unidos e no Brasil. A produção norte-americana deve cair de 117,21 milhões para 115,80 milhões de toneladas e a brasileira, de 111,6 milhões para 107 milhões de toneladas de um ciclo agrícola para outro.

“A produção deve reduzir com uma produtividade menor tendendo a compensar o aumento da área colhida”, diz o USDA, para quem os preços ao produtor local de soja devem variar de US$ 8,30 a US$ 10,30 por bushel no próximo ciclo.

Os argentinos devem produzir o mesmo volume da safra atual, de 57 milhões de toneladas. Para o USDA, a safra do Paraguai deve cair de 10,3 milhões para 9,4 milhões de toneladas, conforme o relatório do governo dos Estados Unidos.

“A queda na produção global deve levar a uma redução nos estoques, particularmente no Brasil e na Argentina, onde a redução combinada dos estoques é de 2,6 milhões de toneladas”, diz o relatório.

Segundo USDA, o Brasil deve encerrar o ano-safra 2016/2017 com uma sobra de 23,2 milhões de toneladas da oleaginosa, volume que tende a cair para 21,4 milhões na temporada 2017/2018. Na Argentina, os estoques finais devem variar de 31,65 milhões para 30,85 milhões de um ciclo para outro.

Entre os maiores produtores, os Estados Unidos serão exceção. No país, os estoques finais devem aumentar de 11,85 para 13,08 milhões de toneladas. O que não impedirá as reservas mundiais encerrarem a safra 2017/2018 em 88,81 milhões de toneladas, menos do que na safra 2016/2017, com volume estimado em 90,18 milhões de toneladas.

Nas estimativas dos técnicos do USDA, a demanda pela soja tende a aumentar no próximo ciclo agrícola. O consumo doméstico em nível global deve passar dos 331,29 milhões de toneladas estimados para a safra 2016/2017 para 344,21 milhões de toneladas. As exportações devem passar de 144,6 milhões para 149,56 milhões de toneladas. Os estoques finais são projetados em 88,81 milhões de toneladas.

Só os norte-americanos devem consumir internamente 56,75 milhões de toneladas de soja na safra 2017/2018 (55,6 milhões em 2016/2017). As exportações do país devem passar de 55,79 milhões para 58,51 milhões de toneladas de um ciclo agrícola para outro.

No Brasil, a demanda doméstica deve ser de 45,7 milhões de toneladas na próxima safra (45,05 milhões em 2016/2017). As vendas externas devem aumentar de 61,9 milhões para 63,5 milhões de toneladas.

Já na Argentina, 50 milhões de toneladas devem ser consumidas no próprio país (49,25 milhões em 2016/2017). Para as exportações, é projetada a manutenção do volume em 9 milhões de toneladas.

China

Principal demandante global de soja, a China deve ampliar a produção na safra 2017/2018 para 13,8 milhões de toneladas, projeta o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. No ciclo 2016/2017, o volume foi de 12,9 milhões.

Mas, na avaliação dos técnicos do governo norte-americano, isso não impedirá um aumento das importações. Na próxima safra, devem ser desembarcados no portos chineses 93 milhões de toneladas do grão. Na temporada 2017/2016, a estimativa do USDA é de 89 milhões.

“É esperado um aumento da produção de óleo de soja na China”, diz o relatório. “Importações maiores de soja são esperadas na China, Índia, Egito Vietnã e União Europeia”, acrescenta o documento.

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