Publicado em 20/04/2017 16h36

MPF denuncia ex-superintendente do Ministério da Agricultura no RS

O sócio do frigorífico Carrer Alimentos, acusado de integrar esquema de corrupção, também foi denunciado
Por: Venilson Ferreira

O Núcleo de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul apresentou a primeira denúncia decorrente da Operação Semilla, que investigou irregularidades praticadas pelo ex-Superintendente do Ministério da Agricultura Francisco Natal Signor. Na ação penal proposta, é imputada a Francisco Signor corrupção por receber propina para paralisar o andamento de processos de multas aplicadas a um frigorífico (Carrer Alimentos). Juntamente com Signor, foi denunciado o sócio do frigorífico, Geraldo Carrer.

O MPF relata que entre as provas mencionadas na ação consta a apreensão de 11 processos com multas à empresa Carrer (por descumprimento de normas sanitárias) que deveriam ter sido encaminhados à cobrança mas foram retidos por Francisco Signor por mais de 2 anos. “Alguns desses processos foram apreendidos na casa do ex-superintendente e estavam prestes a prescrever (cancelando as multas por decurso de prazo). O valor total das multas era de R$ 164 mil”, diz a denúncia.

A investigação também obteve provas de que Signor e Carrer se falavam por telefone utilizando linguagem cifrada para combinar encontros pessoais. Francisco Signor foi flagrado num desses telefonemas solicitando pacotes de frango ao empresário, que posteriormente foram localizados em um freezer na casa do ex-Superintendente. Além disso, a Polícia Federal monitorou um encontro entre Signor e Carrer, em que o empresário repassou 45 mil reais ao ex-superintendente. O pacote de dinheiro foi também localizado em busca e apreensão na casa de Signor.

O operação deflagrada pela Polícia Federal em maio de 2015, com apoio do Núcleo de Combate à Corrupção do MPF e da Controladoria-Geral da União, culminou com o afastamento de Francisco Signor do cargo, acusado de beneficiar empresas por meio da redução de multas, agilização de procedimentos de liberação e aviso prévio de fiscalizações. Na ocasião foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão e quatro de condução coercitiva em Porto Alegre e Sapucaia do Sul.

A investigação contou com apoio do Núcleo de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal (MPF) e da Controladoria-Geral da União no Estado.

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