Publicado em 18/04/2017 15h47

Conab prevê safra de cana menor no ciclo 2017/2018

Produção de açúcar deve ficar praticamente estável e a de etanol deve cair
Por: Raphael Salomão

A safra de cana-de-açúcar no Brasil vai ser menor no ciclo 2017/2018, avalia a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A colheita deve chegar a 647,63 milhões de toneladas, 1,5% a menos que o registrado no ciclo 2016/2017, que foi de 657,18 milhões de toneladas. Os números foram divulgados, nesta terça-feira (18/4).

De acordo com a Conab, as regiões norte e nordeste do Brasil devem ter um crescimento de 10,9%, de 44,7 para 49,58 milhões de toneladas. Já no centro-sul, a produção deve cair 2,4%, de 612 milhões para 598 milhões de toneladas de cana.

“Mesmo com a expectativa de melhoria das condições climáticas para esta safra, a intensidade na redução de área, observada nos principais estados produtores da Região Centro-Sul, será responsável pela expectativa de menor produção, quando se compara com o período anterior”, diz a Conab.

A área plantada no país deve cair 2,3%, de 9,04 milhões para 8,83 milhões de hectares de um ano para outro. Na região Centro-sul, as plantações na safra 2017/2018 devem chegar a 7,9 milhões de hectares. No ano anterior, foram 8,13 milhões. No norte e nordeste, deve passar de 918 mil para 934 mil hectares (+1,7%).

“A menor área derivou do desempenho da Região Centro-Sul, particularmente de São Paulo, maior produtor nacional, agravado pelo grande número de empresas em recuperação judicial, adicionalmente afetadas pelas oscilações nas cotações do açúcar, baixa competitividade dos preços internos do etanol, além dos períodos climáticos adversos”, diz o relatório da Conab.

Açúcar e etanol

Para a Companhia Nacional de Abastecimento, a produção nacional de açúcar deve ficar praticamente estável na safra 2017/2018. Para os técnicos, o volume deve oscilar de 38,6 milhões para 38,7 milhões de toneladas. Do total, 35,4 milhões devem sair das usinas do Centro-sul do país e 3,3 milhões do norte-nordeste.

No relatório, a Conab destaca que os preços atuais favorecem o investimento na produção da commodity. No entanto, a menor produção de matéria-prima deve influenciar na decisão das usinas, resultando apenas na manutenção dos volumes de açúcar.

“O preço do açúcar no mercado externo continuará elevando a representatividade do produto para esta safra. No entanto, a produção de açúcar deverá atingir praticamente o mesmo número alcançado no período 2016/17. Isso decorre do fato da previsão de uma menor produção de cana-de-açúcar. São Paulo será responsável pela maior redução absoluta, 17.711,1 mil toneladas, uma vez que é o maior estado produtor”, diz a Conab.

A produção de etanol deve ser 4,9% menor na safra 2017/2018. De acordo com a Companhia, deve cair de 27,8 bilhões para 26,4 bilhões de litros do combustível. Do total 24,4 bilhões de litros devem ser produzidos no Centro-sul do Brasil.

“Esse decréscimo está relacionado ao aumento observado no consumo da gasolina em 2016, que respalda os preços do álcool anidro nas misturas de combustível, além dos preços favoráveis do açúcar que incentivaram a produção desta commodity em detrimento do etanol”, diz a Conab.

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