Publicado em 11/04/2017 17h12

Conab eleva estimativa de safra para quase 228 milhões de toneladas

Previsões para soja e milho tiveram maiores alterações e contribuíram para o resultado
Por: Raphael Salomão

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Estimativa para a produção brasileira de soja foi revisada para cima em quase 3 milhões de toneladas (Foto: Editora Globo)

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aumentou de novo sua estimativa para safra de grãos 2016/2017. No 7º Relatório de Acompanhamento de Safra, divulgado nesta terça-feira (11/4), foi prevista uma produção total de 227,93 milhões de toneladas.

No relatório anterior, referente a março, o número estava em 222,90 milhões de toneladas. Se a estimativa atual for confirmada, representará um crescimento de 22,8% em relação à temporada 2015/2016, quando, de acordo com a Conab, saíram das lavouras brasileiras 186,61 milhões de toneladas de grãos.

“A elevação se deve ao aumento de área e às boas produtividades médias da atual safra, que não sofre a influência das más condições climáticas do ano passado. A previsão é de aumento de 3% na área total em relação à safra anterior, podendo chegar a 60,1 milhões de hectares”, diz a Conab, em nota.

O reforço na previsão de safra recorde veio, principalmente, nos números para soja e milho. Para a produção da oleaginosa, a Conab revisou o número de 107,61 milhões para 110,16 milhões de toneladas. Confirmada a expectativa, será um aumento de 15,4% em relação à safra passada (95,42 milhões de toneladas).

“O levantamento de safra da soja consolida o crescimento na área plantada comparado ao plantio na safra anterior. O aumento no plantio foi ajudado pelo bom comportamento do clima para os diversos estágios de desenvolvimento das lavouras”, analisam os técnicos, no relatório.

No caso do milho, estimativa para a produção, somadas primeira a segunda safra, passou de 88,96 milhões para 91,46 milhões de toneladas. Na contas da Conab, seria um aumento de 37,5% em relação ao calendário 2015/2016 quando a colheita foi de 66,53 milhões de toneladas.

Com forte ganho de espaço neste ano, a primeira safra deve ser de 29,86 milhões de toneladas, 15,9% a mais que no ciclo de verão na safra passada. “Os produtores utilizaram um bom pacote tecnológico. Essas características, aliadas ao comportamento do clima nas principais regiões produtoras do país, trouxeram como resultado elevadas produtividades”, resume o relatório.

A “safrinha” pode render 61,60 milhões de toneladas, o que seria 51,5% a mais que no mesmo ciclo na temporada 2015/2016. Para a Conab, os número confirmam a tendência de “significativo aumento” no plantio, mesmo com o cenário de baixa para os preços futuros do produto.

A Companhia também elevou sua estimativa para a produção de algodão. O volume de caroço passou de 2,16 milhões para 2,21 milhões de toneladas. Na pluma, o número foi revisado de 1,44 milhão para 1,47 milhão de toneladas. Seria um crescimento de 14% em relação aos volumes colhidos no ano-safra 2015/2016.

Outro produto que teve a estimativa elevada foi o feijão. Somados os três ciclos anuais da cultura, o volume estimado passou de 3,27 milhões para 3,28 milhões de toneladas. O relatório da Conab se refere à produção das variedades carioca, preto e caupi.

A primeira safra de feijão deve render 1,37 milhão de toneladas. A segunda safra deve acrescentar 1,21 milhão. E o rendimento do terceiro ciclo deve ser de 689,3 mil toneladas, de acordo com os técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento.

Já a estimativa para o arroz sofreu uma revisão para baixo no relatório referente a abril. Segundo a Conab, a safra do grão deve ser de 11,94 milhões de toneladas, não mais os 11,96 milhões previstos no mês de março.

Culturas de inverno

Na avaliação dos técnicos da Conab, os agricultores brasileiros devem produzir menos grãos de inverno neste ano. Para todos os produtos, a estimativa é de redução nos volumes a serem colhidos em relação à safra passada.

Na principal cultura de inverno do país, o trigo, a Companhia revisou sua estimativa para baixo neste mês, de 5,64 milhões para 5,46 milhões de toneladas. Se confirmado, o número representará uma queda de 18,7% na comparação com a safra de 2016, quando a colheita foi de 6,72 milhões de toneladas.

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