Publicado em 13/11/2014 15h29

Frango/Cepea: carne suína custa o dobro da de frango; bovina, 2,5 vezes a mais

A carne de frango é a que mais tem se valorizado em novembro, conforme pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.
Por: Cepea/Esalq

granjeiro

Apesar da alta neste mês, a diferença entre os valores dessa proteína e das concorrentes suína e bovina segue elevada, nos maiores níveis da série do Cepea – iniciada em 2004 para o mercado de frango. Na terça-feira, 11, no atacado da Grande São Paulo, o frango resfriado inteiro teve média de R$ 3,76/kg, a carcaça comum suína, de R$ 7,46/kg e a bovina, de R$ 9,16/kg. A carne suína, portanto, custa quase o dobro da de frango (98% a mais) e a bovina está cerca de 150% mais cara.

Conforme pesquisadores do Cepea, essa diferença foi atingida porque, nos últimos meses, as carnes suína e bovina tiveram reajustes bem maiores que a de frango. Entre 29 de setembro e 11 de novembro, a bovina teve ganho de 16%, a suína de 16,2% e a de frango, 3,9% no atacado da Grande São Paulo. Especificamente na parcial de novembro, os aumentos do frango se destacam (5,6%, face a 0,2% da suína e 4,9% da bovina), mas, como se vê, ainda são bem inferiores aos já acumulados pelas concorrentes.

Com o frango relativamente mais barato, muitos consumidores têm optado por esta carne, o que ajuda na valorização recente. As exportações de carne de frango in natura também têm favorecido os vendedores do setor. Em outubro, o volume (329,7 mil toneladas) foi 3% maior que o embarcado há um ano e, na parcial do segundo semestre, chega-se à maior quantidade já exportada neste período (jul-out), totalizando 1,3 milhão de toneladas, aumento de 7,4% em relação a 2013 – dados da Secex.

No caso da carne suína, a valorização tem sido motivada pela baixa oferta de animais para abate e pelas exportações também crescentes. Em outubro, foram enviadas 43,6 mil toneladas de carne in natura em outubro, o maior volume mensal deste ano, 21,3% superior ao de setembro, mas ainda 3% abaixo do de outubro/13, segundo a Secex.

Além da menor oferta mundial de carne suína, em decorrência de problemas sanitários, o redirecionamento das compras por parte da Rússia, que embargou as importações do produto dos EUA e das Europa, reforça os embarques brasileiros.

A carcaça casada bovina, que se mantém nos maiores valores da série deflacionada do Cepea – iniciada em 2001 –, também é impulsionada pela menor oferta de animais para abate e por vendas externas aquecidas. Foram enviadas 113,4 mil toneladas do produto in natura em outubro, volume 25,4% superior ao de set/14, mas 4,4% menor que o de out/13.

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