O serviço de Assessoria para Criação de Florestas Nobres é oferecido aos produtores que queiram formar florestas de culturas nobres. O trabalho consiste em oferecer informações sobre o preparo da terra, o plantio das mudas, o acompanhamento e a utilização comercial da produção. Desde que contratado a assessoria, o diretor de desenvolvimento e gestor de Projetos Florestais do IBF, Higino Martins Aquino, realiza visitas nas áreas para fornecer orientações e indicações das melhores práticas florestais.
Para tanto, o Instituto disponibiliza todo o know-how para os produtores que vão desde as informações sobre as mudas e as melhores culturas para o tipo de área e as formas de manejo e manutenção da floresta. O diretor de desenvolvimento do IBF, Higino Aquino, como forma de auxiliar no esclarecimento de dúvidas mais comuns entre os produtores e investidores em culturas nobres no Brasil, concede algumas orientações sobre as técnicas de plantio, irrigação das mudas, as espécies para plantio, tamanho das covas e expectativa de corte.
Qual a melhor técnica de plantio: manual ou mecanizada?
A operação na técnica manual geralmente tem custos mais elevadas, sendo indicada apenas para locais que não seja possível mecanizar devido à topografia (muito declivoso) ou por causa de afloramentos rochosos. Para viabilizar este plantio, caso o produtor não possua os maquinários (trator, subsolador, sulcador, grade niveladora) é recomendável realizar o aluguel das máquinas (cerca de 30 dólares a hora). Para responder melhor esta pergunta é preciso verificar a situação atual do terreno (pastagem, lavoura ou floresta ou outro), para identificar as intervenções necessárias, levando em consideração a relação do custo-benefício para o projeto, bem como a disponibilidade na região de pessoas que alugam maquinário, caso a propriedade não possua.
É obrigatória a instalação de irrigação?
Caso a instalação do povoamento florestal ocorra em regiões que a estiagem ultrapasse 3 meses, tratando-se da espécie khaya ivorensis, é preciso implantar o sistema de irrigação por gotejamento ou microaspersão. Além disso, faz-se necessário acompanhar atentamente para que a irrigação não ocorra em excesso de modo a não prejudicar a qualidade da madeira.
Neste contexto, é importante fazer um estudo inicial do regime de chuvas, relacionando o histórico da região e estrutura do solo por um técnico responsável.
Caso a opção seja o khaya ivorensis, em se tratando de plantio com irrigação de gotejamento deve ser feito uma avaliação das condições de campo para ver a carência de água, mas normalmente quando plantada em período seco, utiliza-se em média 10 litros por dia para cada cova em regiões arenosas.
Dependendo da situação, é importante avaliar sobre qual a melhor espécie para se plantar. O khaya senegalensis, por exemplo, tem um melhor custo-benefício em regiões mais secas, pois não requere a instalação do sistema de irrigação, sendo realizada apenas a irrigação de "salvamento" feita com tanque acoplado ao trator durante o plantio reduzindo os custos operacionais.
Qual espécie plantar?
O khaya ivorensis é bastante indicado pelo fato de ser mais precoce, porém requer irrigação fixa por gotejamento ou microaspersão em regiões com elevado déficit hídrico. Já o khaya senegalensis pode ser cultivado sem a irrigação, devendo apenas fazer operação de salvamento com o tanque acoplado ao trator nos primeiros meses de implantação.
Qual o tamanho da cova?
Em se tratando de operação manual, a cova deve ter 40 x 40 cm; a mesma deve ser aterrada novamente e incorporado o adubo no volume total. Este procedimento é importantíssimo para facilitar o enraizamento e incorporação do adubo.
Não é recomendado deixar "bacias" ou acúmulos de água. Após isso é feito o "berço" que nada mais é que realizar um furo utilizando o próprio tubete, ou até mesmo um "chuco" de galho de árvore; a muda deve ser desentubada e colocada de forma que o colo fique rente a terra, não enterrando demais, nem deixar raízes a mostra. A atividade de preparo de terreno mecanizada pode ajudar a reduzir os custos operacionais.
Qual é a expectativa de corte?
Para o plano de corte é feito o cálculo de metros cúbicos sólidos por hectare. Neste caso, a floresta terá 2 desbastes de seleção e 2 desbastes de corte nobre, por exemplo:
- 1° desbaste com 4 anos: 75 m³ - de seleção (retirada dos piores indivíduos, entre os tortuosos, bifurcados e com má formação
- 2° desbaste com 8 anos: 75 m³ - de seleção (retirada dos piores indivíduos)
- 3° desbaste com 12 anos: 125 m³ (retirada do 1° corte nobre)
- 4° desbaste com 16 anos: 200 m³ (corte final com os melhores indivíduos)
É preciso avaliar bem o ciclo, pois ele depende do ponto de maturação financeira da floresta, envolvendo análise financeira, técnica e de mercado.