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Publicado em 20/04/2015 14h53

Custo com a pecuária no Pantanal é inferior às demais regiões, afirmam criadores

O custo para se manter um rebanho no Pantanal sul-mato-grossense pode ser de 20% a menos se comparado aos investimentos necessários em outras regiões, isso devido ao elevado pH, indicador de acidez e fertilidade do solo.
Por: Diego Silva

20.04.2015 pecuaria pantanal


A hipótese foi debatida entre os pecuaristas de sete estados que participaram do 3º Circuito Geneplus Embrapa que findou as atividades nesta sexta-feira (17) com 40 participantes, na sede da Fazenda Aroeiras NSA, em Corumbá (MS).

Segundo os criadores o índice de pH considerado ideal para o plantio da pastagem deve estar entre 5,5 e 6,5. Em diversas regiões de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul o número não passa de 5,0, enquanto que no território corumbaense, a Fazenda Aroeiras registra pH de 7,5. “É um índice extremamente positivo que diminui o custo de produção, uma vez que ele dispensa a reforma da pastagem de forma constante, como ocorre em outras localidades. E ainda nos favorece com a pastagem nativa que chegam a durar cerca de 40 anos, sem necessidade de adubação”, esclarece o diretor da Fazenda, Guilherme Falzoni.

De acordo com o proprietário da Fazenda Cachoeirão, Nedson Pereira, criador em Bandeirantes (MS), seu custo de produção que atualmente se aproxima dos R$ 23 por cabeça ao mês, não passaria dos R$ 20 caso produzisse na região do Pantanal. “O clima da região é menos favorável para procriação de carrapatos e doenças, o que eliminaria os custos com remédios. Falando-se em nutrição animal, o solo fértil diminui a necessidade de insumos para o desenvolvimento do capim e na minha região, mesmo utilizando integração com lavoura de soja, acabo tendo de complementar a alimentação dos animais três vezes mais de sal mineral em relação ao necessário no Pantanal”, destaca Pereira.

Durante o evento os criadores deixaram claro que as despesas com a produção variam muito de acordo com a necessidade e objetivo de cada um. E deve-se levar em consideração também o tamanho da área, custos administrativos e com mão de obra, o fluxo de atividades entre outras situações.

Abrigando 4,5 mil cabeças no espaço de sete mil hectares a Fazenda Aroeiras tem metade do rebanho da raça nelore Puro de Origem, o que mostra a viabilidade do investimento em genética independente da região. “Os problemas que temos na região são pontuais, como pragas na pastagem e riscos com predadores, porém driblamos com muito trabalho e contamos com orientações técnicas para o desenvolvimento de carne de qualidade”, afirma Falzoni, fazendo referência do Programa de Melhoramento Genético Geneplus.

O pesquisador do Programa Leonardo Nieto enfatizou durante o evento a produtividade da região, o desempenho profissional e a necessidade de avaliação técnica. “O Pantanal conta com profissionais culturalmente capacitados para o avanço da pecuária e um solo que permite expressar o potencial genético dos animais. Apesar de positivo o momento da pecuária pantaneira, ainda vamos avançar muito na avaliação dos animais e mantermos a região como referência na produção de proteína vermelha”, finaliza o técnico do Geneplus – Embrapa Gado de Corte.

Seis propriedades rurais foram visitadas durante o 3º Circuito Geneplus Embrapa em Mato Grosso do Sul. No total foram cerca de 85 participantes, entre criadores e técnicos do setor, que decidirão o calendário e a programação da próxima edição do evento que deverá percorrer fazendas de Goiás ou Mato Grosso.
 

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