Publicado em 20/04/2015 11h06

Paraíba estimula produção de uva no Sertão como alternativa de renda

O cultivo de Uva Itália no sertão da Paraíba já é uma realidade e surge como mais uma alternativa de renda para o agricultor familiar.
Por: PB Agora

20.04.2015 uva

O agricultor Valmir Alves de Sousa, do Sitio Capivara, na zona rural do município de Joca Claudino, a 460 quilômetros de João Pessoa, se prepara para ampliar seu parreiral e, com isso, conquistar novos mercados, inclusive Fortaleza, no Ceará. O Governo do Estado, por meio da Emater-PB, empresa da Gestão Unificada Emater/Emepa/Interpa, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca, com acompanhamento do escritório regional em Sousa, está estimulando a produção desta cultura na região.

Orientado pelos extensionistas e acompanhado pelo chefe do escritório da Emater em Sousa, Francisco de Assis Bernardino, Valmir obteve financiamento do Pronaf Semiárido no valor de R$ 2.600,00, que possibilitou implantar a área de cultivo. Antes ele trabalhava com culturas de sequeiros e criava animais de pequeno porte, o que garantia o sustento da família. O cultivo de uva, que já apresenta bons resultados, passará a ser mais uma alternativa de renda deste agricultor familiar.

Toda a área plantada pelo agricultor é de 0,2 hectares, com estimativa de produção e colheita de 3.500 quilos por safra e a possibilidade de renda de R$ 7.700,00. Deduzindo 30% com os gastos de manutenção da plantação, terá um lucro líquido de R$ 5.500,00 em cada colheita. Levando em conta duas colheitas ao ano, serão comercializados 14 mil quilos de uvas e vendido a R$ 2,20 o quilo no preço atual, proporcionando uma renda de R$ 30.800,00, mas, reduzindo os custos, o agricultor terá uma renda de R$ 21.500,00.

Ele está sendo preparado para fornecer seus produtos para o Programa Nacional de Aquisição de Alimento (Pnae). Trabalha com o sistema de irrigação, utilizando água que vem da represa Capivara, que foi inaugurada em 2008 e conta com capacidade para 37,5 milhões de metros cúbicos, responsável pelo abastecimento d’água de oito cidades e dezenas de comunidades rurais, informou o secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Joca Claudino, Messias Júnior.

A disponibilidade e usos da água na região Nordeste do Brasil, particularmente na semiárida, continuam a ser uma questão crucial no que concerne ao seu desenvolvimento. A falta de água para irrigar o parreiral é um dos principais e mais graves problemas relatados por Valmir.

Um parreiral possui vida útil de 40 anos e a tendência da produção é crescer cada vez mais, obedecendo-se os critérios técnicos de poda e de repouso das plantas. No Sitio Capivara, há condições de se conseguir até três colheitas por ano, rendendo algo em torno de 45 mil quilos de uva por hectare, totalizando 125 mil quilos por ano.

“De qualquer modo, a ampliação e o fortalecimento da infraestrutura hídrica, com uma gestão adequada, constituem requisitos essenciais para a solução do problema, servindo como elemento básico para minimizar o êxodo rural e promover a interiorização do desenvolvimento”, informou o tecnólogo em cooperativismo da Emater-PB, Fábio Pereira de Sousa.

Expansão do PAA – Também na semana passada, na Unidade Operativa da Emater de Joca Claudino, o técnico local Geraldo João e o secretário de Agricultura do Município, Messias Júnior, finalizaram o cadastro dos agricultores do município que vão fornecer produtos ao PAA – Paraíba, outro importante programa de comercialização da produção agrícola.

O mercado institucional ganhou importância neste cenário, considerando que possui um elevado potencial para emergência de novos atores sociais, uma vez que sua operação exige uma significativa concertação social, advinda da necessidade da efetiva participação de todos os implicados (agricultores, cooperativas, líderes comunitários, gestores públicos, etc).

Este mercado pode e já representa uma excelente alternativa para conciliar os objetivos de viabilizar a melhoria das condições de reprodução social na agricultura familiar, promover ações estratégicas de desenvolvimento rural voltada à valorização dos modos de vida tradicionais, bem como produzir alimentos de qualidade em sistemas sustentáveis de produção. A implementação bem sucedida dos programas e políticas públicas requer qualificação maior da atuação das organizações econômicas da agricultura familiar, no apoio à produção e à comercialização.