Publicado em 16/04/2015 14h32

MT: grãos ampliam recorde

Apesar das dificuldades enfrentadas pelos sojicultores na safra 2014/15 e das incertezas que ainda pesam sobre o saldo da safrinha de milho, as duas commodities – que são os principais carros-chefe da pauta estadual de exportações – tiveram suas estimativas reajustas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Por: Diário de Cuiabá

16.04.2015 plantacao de soja

Com a revisão mensal positiva, Mato Grosso amplia sua condição de maior produtor de soja do país, bem como a liderança na oferta nacional de grãos e fibras, posição repetida pelo quarto ciclo consecutivo. 

Mato Grosso sozinho será responsável por 24,4% da oferta nacional, seguido do Paraná, com 18,3% e do Rio Grande do Sul, com 15,5%. 

Conforme o sétimo levantamento da Conab, divulgado ontem, a projeção de produção do Estado ficou 1,68% maior em relação a março e 2,8% acima do contabilizado na safra passada. Em março foram projetadas 48,21 milhões de toneladas e ontem, 49,02 milhões de toneladas. A safra 2013/14 fechou com 47,70 milhões de toneladas. 

Entre as principais culturas, algodão, milho e soja, apenas as duas últimas tiveram as projeções reajustadas. O algodão manteve números negativos quando comparados ao ciclo 2013/14. Conforme a Conab, a área plantada fechada em 562,7 mil hectares é 12,5% inferior a que foi coberta no ano passado. Houve uma retração anual de 80,4 mil hectares. Com o recuo, a produção de pluma também encolhe em mais de 14%, devendo somar 861,3 mil toneladas. O alto custo de produção, condições adversas de mercado com alto estoque e queda no preço da pluma, tanto em nível nacional como internacional. 

Em relação ao milho, o cereal, com mais de 90% de sua produção ofertada em segunda safra, em Mato Grosso, tem previsão de maior oferta do que estimado inicialmente, mas mantém perspectiva negativa frente à última safra. Mesmo com oferta reduzida, Mato Grosso segue líder nacional na produção do cereal, mesmo em segunda safra. Conforme o novo levantamento da Conab, Mato Grosso encolheu em cerca de 1,8% a área plantada na comparação anual, totalizando em 2015, 3,17 milhões de hectares. A produção está calculada em -1,4%, com perspectiva de atingir 17,86 milhões de toneladas. O volume previsto está longe do recorde da safra 2012/13, quando a oferta local somou mais de 20 milhões de toneladas. 

Conforme a Companhia, Mato Grosso, que representa 35% da produção nacional, mesmo encerrando o plantio desta safra mais cedo do que na passada, estima-se que aproximadamente 10% foi realizado fora da janela recomendada tecnicamente. Mesmo plantando nessas condições, o quadro climático atual, onde incidem chuvas abundantes, combinadas com luminosidade intensa, cria a expectativa de bons níveis de produtividade. “Mesmo com esse quadro, a partir de agora o produtor irá acompanhar com bastante atenção a evolução do clima, entendendo que as chuvas de abril e maio serão fundamentais para garantir o bom resultado das lavouras”. 

Na sojicultura, a projeção é de 27,85 milhões de toneladas, 5,4% a mais que no ciclo anterior. Com a colheita praticamente encerrada no Estado, a Conab confirmou o cultivo de 8,80 milhões de hectares, ganho especial anual de 2,2%. 

BRASIL - A produção de grãos no Brasil da safra 2014/15 está estimada em 200,7 milhões de toneladas, 3,6% ou 7,1 milhões de toneladas a mais do que a última, quando foram colhidas 193,6 milhões. Em relação ao levantamento do mês passado, houve uma correção de 1,1%. 

A soja é o destaque das pesquisas, com a colheita em pleno andamento no país. Mesmo enfrentando problemas climáticos em janeiro, que influenciaram a expectativa de produtividade em Minas Gerais, Goiás, Maranhão e Pará, o incremento deve ser de 9,5% ou o equivalente a 8,2 milhões de toneladas, levando a uma produção de 94,3 milhões de toneladas. O milho primeira safra teve uma redução de 4,3%, o que representa 1,36 milhão de toneladas a menos que a safra anterior, de 31,65 milhões de toneladas. 

A área destinada ao plantio deve ser praticamente a mesma que a da última safra, chegando a 57,33 milhões de hectares. Dentre os principais produtos, a soja é o que apresenta evolução, com um crescimento de 4,4%, passando de 30,17 para 31,50 milhões de hectares. A área destinada ao algodão deve diminuir, ficando em 976,9 mil hectares, 12,9% inferior à safra 2013/2014. O motivo da redução é a diminuição do consumo e dos preços praticados, bem como o excesso dos estoques interno e externo. 

O levantamento também faz estimativas para as culturas de segunda safra, com uma expectativa de redução de 2% na área de milho, passando de 9,21 para 9,02 milhões de hectares. 

A pesquisa foi realizada entre os dias 23 e 27 de março.