A informação seria positiva para o pecuarista se os custos de produção não tivessem subido na mesma proporção, comprometendo a rentabilidade do produtor. Dados do Cepea - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, apurados pelo Departamento de Economia da Famasul - Federação da Agricultura e Pecuária de MS, mostram que no mesmo período o desembolso com a produção bovina, no sistema de recria e engorda, subiu 15,4%.
Para a gestora do Departamento Econômico da Famasul, Adriana Mascarenhas, o aumento do COE - Custo Operacional Efetivo, indicador do Cepea que mede os gastos do segmento, está relacionado, entre outros fatores, à alta no valor do bezerro. "O preço do bovino de reposição teve média de R$ 1.052 a cabeça no mês de setembro, 21,7% a mais que no início do ano, com isso, os gastos com insumos de reprodução, ou seja, sêmem, produtos para inseminação artificial e controle de cio, entre outros, foram os que mais pesaram no bolso do produtor".
Segundo a economista, não há projeção de que o cenário se altere nos próximos meses. "A margem do criador que trabalha no sistema de recria e engorda continuará estreita, devido ao valor do bezerro que não tem estimativa de queda até o final do ano. Não há tendência de redução para o curto prazo", enfatiza Adriana.
Para o diretor secretário da Famasul, Ruy Fachini, a única alternativa para o produtor sul-mato-grossense aproveitar o bom momento da pecuária, em que os preços do boi gordo apresentam recordes históricos, é não descuidar da gestão financeira da sua propriedade. "Não há outro caminho a não ser a elaboração de uma detalhada planilha de custos e o monitoramento de mercado na hora de negociar. Em cada item de compra é preciso uma pesquisa de mercado para adquirir insumos com a melhor relação custo/benefício", recomenda.