O atraso no cultivo está associado à estiagem das últimas semanas, que levou os produtores a recolherem as máquinas, depois de ter sido plantado cerca de 5% do previsto para a safra atual no Estado. A informação foi divulgada na última circular técnica do Siga - Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio, desenvolvido pela Aprosoja/MS - Associação dos Produtores de MS.
Para o analista de grãos da Famasul - Federação da Agricultura e Pecuária de MS, Leonardo Carlotto, a situação do plantio de soja ainda é preocupante porque o atraso é significativo em relação às safras anteriores. "As chuvas ocorridas nos últimos dias foram irregulares e, por isso, não alteraram o quadro de evolução da soja. Até o momento, o plantio no Estado atingiu 6,4% na safra 2014/15, enquanto que no mesmo período da temporada anterior, a faixa plantada ocupava 37,9% e na safra 2012/13 o percentual era de 39%", afirma Carlotto.
Apesar do otimismo em relação à volta do plantio de soja e das chuvas nos próximos dias, Carlotto não descarta a possibilidade do replantio da oleaginosa em algumas regiões severamente afetadas pela seca. "Os produtores que iniciaram o cultivo na última semana de setembro, já temem as perdas de produtividade e necessidade de replantio, considerando que a estiagem prejudicou a fase de germinação da planta", ressalta o analista.
A preocupação não se atém à safra de soja em curso, mas ao milho, cultivado na mesma área, logo após a retirada da soja. "Existe uma grande possibilidade de adiamento do plantio do milho safrinha. A estimativa é de que, em média, 30% do grão seja cultivado fora da faixa ideal do zoneamento agroclimático, onde o correto é que a colheita termine até o dia 30 de março de 2015", acrescenta.