Publicado em 27/03/2015 15h11

Projeto de fortalecimento agrícola angolano tem a colaboração da Embrapa

Após encarar mais de 25 anos de guerra civil, depois de sua independência do domínio português, em 1975, a República de Angola busca, aos poucos, ser de fato uma república, reconstruindo estruturas e pessoas. Focado nisso, um grupo de pesquisadores dos Institutos de Investigação Veterinária (IIV) e Agronômica (IIA), acompanhado por representantes da FAO e do secretário de Estado da Agricultura de Angola, estão na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em Brasília-DF, para participar do “Workshop de elaboração preliminar da estratégia da inovação em agricultura e dos planos diretores”.
Por: Embrapa

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A iniciativa integra um projeto de fortalecimento da pesquisa e inovação angolanos, no qual a Embrapa é coordenadora técnica por sua experiência no tema. De acordo com a Secretaria de Relações Internacionais (SRI) da Empresa, o projeto, em execução, entre FAO - Angola - Brasil propiciará uma oportunidade de envolvimento das Unidades e, em uma segunda fase, levantará as possibilidades de colaboração científica entre os institutos, com financiamento do governo angolano.

Além de Brasília e divididos em áreas afins, dez técnicos do Ministério de Agricultura de Angola foram aos Centros de Pesquisa da Embrapa conhecer, principalmente, a organização institucional e gestão, a infraestrutura laboratorial e de campos experimentais, a equipe e programação de pesquisa, e dialogar com os especialistas em suas respectivas áreas. Um deles foi a Unidade Gado de Corte, em Campo Grande-MS, que recebeu esta semana cinco médicos-veterinários do IIV, ao lado do representante das Nações Unidas, Diallo Mamoudou.

Empenhado em colaborar com a reconstrução de seu país, o pesquisador Kinsukulu Landu Kama detalha como a guerra civil afetou a produção agropecuária angolana e, consequentemente, a pesquisa. “Tivemos um decênio, 1992 a 2002, de destruição em todos os sentidos”, resume. Pela ONU, Angola é considerado um dos países menos desenvolvidos do planeta e está entre os mais corruptos do mundo pela Transparência Internacional.

Todavia, é rico em minerais, como diamantes e petróleo; possui jazidas de estanho, ouro e platina; entre as culturas comerciais estão o algodão e o tabaco; e com uma identidade nacional multi e transcultural disposta a recomeçar. “Saímos do zero e, aos poucos, retomaremos o desenvolvimento”, anseia Kinsukulu. Ele explica que até maio será validado o Plano Estratégico do IIV articulado e desenhado com os técnicos da Embrapa e “o próximo passo é criar condições para implementar as novas estruturas, em todos os níveis. É trabalhar.” A equipe visitou também os Centros de Recursos Genéticos e Agroenergia, em Brasília, e a parada seguinte será em Juiz de Fora-MG, na Embrapa Gado de Leite.

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