Publicado em 30/10/2024 10h57

Bioinsumos tornam agricultura mais sustentável e menos poluente, afirma ABINBIO

Produção de bioinsumos emite significativamente menos gases de efeito estufa em comparação com os defensivos químicos tradicionais.
Por: Leonardo Gottems

Os insumos biológicos estão revolucionando a agricultura brasileira, oferecendo uma alternativa mais sustentável e menos poluente aos agroquímicos convencionais. Fernando Sousa (foto), diretor de Sustentabilidade da ABINBIO (Associação Brasileira de Indústrias de Bioinsumos), destaca que a produção de bioinsumos emite significativamente menos gases de efeito estufa em comparação com os defensivos químicos tradicionais. “Para se produzir um quilolitro de produto biológico, emitimos de 3 a 5 quilos de dióxido de carbono (CO2), enquanto um litro de defensivo químico gera entre 20 e 25 quilos”, afirma.

O Brasil, sexto maior emissor de gases de efeito estufa do planeta, enfrenta um desafio considerável. Com 30% das emissões provenientes da agricultura, o país assumiu o compromisso de reduzir suas emissões em 50% até 2030. Neste cenário, os bioinsumos surgem como uma solução promissora.

“Se substituíssemos completamente os defensivos químicos por biológicos, poderíamos reduzir em até 90% as emissões de CO2 produzidas pela agricultura”, explica o diretor da ABINBIO. Ele ressalta que o Brasil utiliza anualmente 1,4 milhão de toneladas de defensivos químicos, resultando em aproximadamente 20 a 24 milhões de toneladas de CO2 emitidas.

Além da redução nas emissões, Sousa enfatiza outros benefícios dos bioinsumos. “Eles não deixam resíduos no solo ou nos alimentos e são bastante seletivos, não causando uma redução da biodiversidade como os defensivos químicos tradicionais”, aponta ele, que também é gerente de Biológicos da empresa Vitales.

O diretor da ABINBIO também destaca a importância da regulamentação e fiscalização desses produtos. “Os produtos regulados e fiscalizados pelos três órgãos - MAPA, IBAMA e ANVISA - garantem que esses biológicos não causem patogenicidade para os seres humanos e não prejudiquem o equilíbrio do meio ambiente”, afirma.

Sousa alerta sobre os riscos de produtos não regulamentados, como os "on farm" ou clandestinos. “Sem um devido controle, podem haver contaminantes patógenos para os seres humanos e para o meio ambiente, além de comprometer a eficácia do produto”, adverte.

Ele ressalta que a adoção de bioinsumos é fundamental para uma agricultura mais sustentável, alinhada com as metas de redução de emissões do Brasil e com o conceito de sustentabilidade, definido por Sousa como “atender as necessidades dessa geração atual sem comprometer os recursos para as gerações futuras”.

Com o crescente mercado de proteção de plantas no Brasil, impulsionado pelo clima tropical que favorece a perpetuação de pragas, os bioinsumos representam não apenas uma solução ambiental, mas também uma resposta às demandas por uma produção alimentar mais sustentável e segura.

Publicidade