A Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) aprovou a decisão da Camex de aumentar temporariamente a Tarifa Externa Comum (TEC) para 30 itens, elevando as alíquotas de 10,8% ou 12,6% para 20% por 12 meses. André Passos Cordeiro, presidente da Abiquim, ressaltou que esses produtos representam cerca de 65% do volume e 75% do valor das importações do grupo de 62 NCMs propostos, considerando a medida um alívio técnico para a indústria química.
Entre 2000 e 2023, a participação de produtos importados no mercado brasileiro cresceu para 47%. No primeiro semestre de 2023, o déficit comercial do setor químico alcançou quase 23 bilhões de dólares, enquanto a ociosidade da indústria nacional atingiu seu pior nível histórico, resultando no fechamento de fábricas e perda de empregos. A decisão da Camex foi considerada crucial para fortalecer a indústria e, por consequência, o país. A indústria química brasileira, responsável por 2 milhões de empregos e 11,2% do PIB, se destaca por sua sustentabilidade, emitindo 5% a 51% menos CO2 por tonelada produzida em comparação com concorrentes internacionais, graças a uma matriz energética composta por 82,9% de fontes renováveis.
Com a nova medida, André Passos Cordeiro, presidente da Abiquim, vê o Brasil começando a corrigir seu cenário econômico e retomar o desenvolvimento sustentável. O aumento temporário das tarifas visa conter importações predatórias, preservando empregos e a autonomia do setor, sem afetar a inflação ou a estabilidade fiscal do país.
Além disso, a medida possibilita a implementação de ações para reduzir custos de matérias-primas e energia, promovendo a competitividade na economia de baixo carbono. Cordeiro enfatiza que investir nas capacidades produtivas é essencial para a segurança econômica e o progresso sustentável, prevendo um futuro promissor para a indústria química brasileira.