Publicado em 14/08/2024 09h26

Como o mercado de trigo reagiu às geadas?

No Paraná, a comercialização do trigo também enfrenta dificuldades.
Por: Leonardo Gottems

Segundo informações da TF Agroeconômica, as geadas recentes no Rio Grande do Sul foram intensas, mas não devem causar grandes prejuízos às lavouras de trigo devido ao estágio atual de desenvolvimento das plantações. Apesar do clima rigoroso, não se espera que haja relatórios significativos de perdas ou danos nas colheitas. O mercado local de trigo Tipo 1, no entanto, segue apático, com moinhos bem abastecidos e aguardando o fechamento do mês para retomar as compras. A baixa margem de lucro tem sido uma reclamação constante entre os moageiros, e a TF Agroeconômica sugere o uso de mercados futuros como uma solução viável para esses desafios financeiros.

Em Santa Catarina, a situação dos moinhos reflete uma realidade de estoques altos e demanda fraca. Os moinhos estão prolongando seus estoques, abastecendo-se principalmente de trigo gaúcho, que atualmente é o mais barato, tanto da safra velha quanto da nova. A baixa viabilidade econômica das farinhas tem dificultado o mercado, com preços oferecidos pelos compradores que não cobrem os custos de produção. Assim como no Rio Grande do Sul, a utilização de mercados futuros nos meses anteriores poderia ter sido uma estratégia vantajosa para mitigar esses desafios.

No Paraná, a comercialização do trigo também enfrenta dificuldades. Os vendedores estão praticamente ausentes para a safra nova, com poucas ofertas de trigo velho sendo negociadas. Os preços variam, com trigo safra velha sendo negociado a valores entre R$ 1.650,00 e R$ 1.700,00 por tonelada. Já o trigo paraguaio é cotado entre 280 e 300 dólares posto em Ponta Grossa, enquanto o trigo argentino tem preços estimados em 320 dólares no porto de Paranaguá. Embora as chuvas recentes tenham sido benéficas para as lavouras nos Campos Gerais, a previsão de geadas para toda a semana pode impactar negativamente a colheita.

Publicidade