Publicado em 26/07/2024 11h00

Método desenvolvido por universidade de Sergipe viabiliza produção acessível de insumos industriais a partir de fibras de coco

Pesquisa de iniciação científica da Unit aponta que a fibra do coco decomposta por fungos e microrganismos isolados pode produzir enzimas usadas na fabricação de tecidos e ração animal.
Por: Rosana Duda

O aproveitamento de resíduos do coco verde na extração de enzimas utilizados na indústria vem sendo estudado pela área de biotecnologia da Universidade Tiradentes (Unit) há dois anos em projeto de iniciação científica e baseia-se principalmente na decomposição das fibras que compõem a casca do coco por meio do uso de fungos e microrganismos isolados. 

O projeto inclui vários estudos, como a pesquisa realizada pela estudante Daniele Rodrigues do Nascimento Santos, do curso de Biomedicina, que demonstrou que a exposição das fibras à ação de fungos resulta na produção de duas enzimas: a endoglucanase, utilizada na fabricação de ração animal; e a celulase, na produção de tecidos. 

“Vale a pena destacar que atualmente existe a produção dessas enzimas, porém não por método acessível. O meu trabalho tem por objetivo alcançar essas enzimas por um método acessível, que é pelos microorganismos. No nosso caso, os fungos são os principais produtores dessas enzimas e a gente utiliza a fibra de coco verde como substrato, para produzir algo que seja de interesse para a indústria, que são essas enzimas”, explica Daniele, acrescentando que a endoglucanase é usada para auxiliar a digestão de animais ruminantes, enquanto a celulase confere mais maciez ao acabamento dos tecidos.  

Os resultados da pesquisa, que teve a orientação da professora-doutora Maria Lucila Hernández Macedo, da área de Saúde e no Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Industrial (PBI), indicam um caminho viável para a utilização dos resíduos do coco verde, sobretudo as cascas descartadas após o consumo da água e da carne do coco. Estas respondem por aproximadamente 70% de todo o lixo gerado nas praias brasileiras, de acordo com estimativas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O órgão aponta ainda que o Brasil tem uma área plantada de 100 mil hectares do coqueiro-anão, que produz o fruto. 

Os estudos sobre as propriedades da fibra do coco continuam sendo realizados no projeto de iniciação científica da Unit. “Existe a possibilidade de obtenção de outras substâncias e insumos com a decomposição da fibra do coco, o que ainda exige pesquisas mais aprofundadas”, concluiu Daniele. 

Sobre a Universidade Tiradentes  

A Universidade Tiradentes (Unit) é a primeira instituição de ensino superior particular em Sergipe, tem mais de 61 anos de história e se destaca pelo alto nível de empregabilidade de seus egressos, qualificação do corpo docente, e pelas suas modernas e amplas instalações.    

A Unit tem cinco campi em Sergipe: Centro e Farolândia (em Aracaju) e nas cidades de Itabaiana, Propriá e Estância. Além deles, há 33 polos de EAD em sete estados do Nordeste e um em Boituva (SP). Cerca de 80% do seu professorado é composto por doutores ou mestres, sendo que 70% dos docentes estão envolvidos em outras atividades de ensino, pesquisa ou extensão. 

Seus cursos de Pós-graduação (PPG) Stricto sensu – mestrado e doutorado —são avaliados nos níveis mais altos estabelecidos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), sendo dois PPGs com nota 5, dois com nota 6 e um com nota 4 (anota máxima da Capes é 07). 

O corpo docente da Unit, reconhecido internacionalmente, abriu as portas da Unit para firmar parcerias com mais de 60 universidades estrangeiras, nas quais o aluno pode viver experiências acadêmicas em outros países e ainda explorar oportunidades de bolsas de estudo.   

A Unit integra um robusto ecossistema educacional e de pesquisa que inclui o Tiradentes Innovation Center (TIC) e o Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), ambos fundamentais para o avanço tecnológico e científico da região e do país. 

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