Publicado em 22/07/2024 15h24

Análise do Especialista

Elaborado pela equipe da Grão Direto. A Análise do Especialista é um informativo completo e rico em dados que auxiliam na tomada de decisão da venda e compra dos grãos.
Por: Grão Direto

COMO O MERCADO SE COMPORTOU?

Semana de queda em Chicago. O mercado seguiu pressionado pelas perspectivas de uma oferta grande nos EUA, com expectativa de produção superior a 120 milhões de toneladas.

Política influenciando. Após o atentado, a possibilidade de Donald Trump assumir a Casa Branca aumentou, trazendo receios ao mercado sobre um possível agravamento da guerra comercial com a China.

Esmagamento em alta. O NOPA atualizou os números de esmagamento de soja dos EUA em junho, trazendo valores recordes para o mês, mas ficando abaixo do esperado.

Em Chicago, o contrato de soja para agosto de 2024 despencou a U$10,96 o bushel (-0,63%). Porém, no mercado físico brasileiro tivemos movimentos mistos, com tendência à estabilidade. Isso porque o dólar, subiu cerca de 3,13%, atingindo R$5,60, dando contrapeso na queda de Chicago.. O contrato com vencimento em março de 2025 também fechou pessimista e recuou 2,84%, a U$10,61 o bushel.


O QUE ESPERAR DO MERCADO?

Exportações brasileiras. As vendas da soja brasileira para mercados internacionais continuam aquecidas. As projeções apontam que o Brasil poderá superar o mesmo período do ano passado, ultrapassando 10 milhões de toneladas. Isso pode levar o Brasil a atingir mais um recorde de exportação mensal, mantendo também o maior volume exportado de janeiro a julho da história. A janela de exportação estendida, tem trazido boas oportunidades para os produtores brasileiros com a valorização dos prêmios, que somado à valorização do dólar, vem amenizando a queda de Chicago. A partir de agosto, a soja norte-americana tende a ficar mais competitiva, podendo amenizar esse ritmo aquecido brasileiro.

Olhando o gráfico de Chicago. As cotações de Chicago, de certa forma, já precificaram a boa safra norte-americana, visto o panorama atual de preços que o mercado vem trabalhando. Os preços romperam os US$11,00 e US$10,50 e agora podem romper o suporte de US$10,30 por bushel. Este é um ponto significativo, considerando os últimos testes na série histórica da soja cotada em Chicago. Caso o preço se mantenha acima de US$10,40, poderá haver um alívio nas quedas. No entanto, é necessário algum fundamento para sustentar esse preço, o que ainda não está presente no radar.

Comercialização Safra 2024/25. De acordo com a Inteligência de Mercado da Grão Direto, o mês de julho tem sido marcado por movimentações significativas de comercialização de soja da Safra 2024/25. No início do mês de julho o produtor aproveitou boas oportunidades proporcionadas pelo dólar e pelos prêmios para participar mais ativamente da comercialização de seus grãos, diluindo o risco de novas quedas nas cotações.

Diante dos fatores apresentados, poderemos ver movimentos positivos das cotações de Chicago nesta semana, podendo ser refletido nas cotações brasileiras.

 

MILHO

COMO O MERCADO SE COMPORTOU NA ÚLTIMA SEMANA?

Semana de leves valorizações. A alta do dólar e os prêmios nos portos resultaram em uma semana bastante positiva para os preços do milho na BM&F Bovespa e no mercado interno brasileiro.

Exportações se aquecendo. De acordo com a Anec, as exportações de milho do Brasil devem alcançar 4,51 milhões de toneladas em julho, um aumento de 410 mil toneladas em relação à semana passada.

Colheita da safrinha. A colheita da segunda safra de milho continua avançando, passando de 61,1% na semana passada para 74,2% do total cultivado no país. Esse índice é significativamente maior do que os 39,3% registrados no mesmo período de 2023.

As cotações de Chicago finalizaram a semana cotadas a U$3,91 o bushel (-2,98%), para o contrato com vencimento em setembro/24. Na B3, o milho foi na contramão, subindo 1,66%, valendo R$59,27. Em função disso, o mercado físico  apresentou leves variações de alta, mantendo o descolamento de Chicago.

O QUE ESPERAR DO MERCADO?

Exportações brasileiras. Diferente da soja, o ritmo de vendas internacionais do milho brasileira está lento. Se comparadas ao ano passado, os números estão 25% menores, totalizando de janeiro a junho, apenas 8,76 milhões de toneladas. O mês de julho encontra-se com queda de 18% no ritmo, e não deve ultrapassar 2 milhões de toneladas até o fim do mês. Isso está acontecendo por conta da janela estendida de exportação da soja, que está sendo aproveitada, principalmente pela China.

Expectativas do USDA. As exportações, pelo USDA estão projetadas em 50 milhões de toneladas para essa safra.  Até este momento, as exportações acumuladas estão em 8,36 milhões de toneladas, de acordo com o SECEX, e devem fechar o mês em torno de 10 milhões. Para atingir o volume estimado do USDA, o Brasil terá que exportar, a partir de agosto, cerca de 8 milhões toneladas por mês. om base no histórico recente, o Brasil teria capacidade de exportar o montante esperado, mas a Argentina pode se tornar um concorrente significativo. Isso se deve ao fato de que a China firmou um acordo comercial com o país vizinho para viabilizar a compra do cereal argentino, que deve ter uma produção 50% maior do que no ano passado, totalizando aproximadamente 50 milhões de toneladas. Não devemos esquecer que os EUA também entrará no jogo no fim do semestre, podendo entregar cerca de 380 milhões de toneladas.

Comercialização ainda seguirá lenta. O produtor brasileiro continua esperando por melhores preços para comercializar seu cereal, aguardando uma recuperação na demanda internacional, que ainda permanece fraca. Vale ressaltar que, neste momento, o milho da Argentina é mais atrativo comercialmente que o do Brasil. Para que o Brasil se torne mais atrativo, seria necessário aumentar a oferta de produto no mercado ou a Argentina reduzir suas vendas, forçando assim uma valorização.

Como vender o milho e participar de uma possível alta de preço? Por incrível que pareça, isso é possível, através do “seguro de alta”. E mais, a Grão Direto oferece isso para seus usuários de maneira simples e com custo reduzido. A necessidade de fazer caixa a curto prazo pode ser a realidade de muitos produtores, e utilizar essa estratégia pode ser uma excelente opção para aumentar a rentabilidade da produção, caso as cotações se valorizem. Para mais informações, entre em contato com o time de “Serviços Financeiros”.

Portanto, de acordo com  grão Direto, poderá haver movimentos positivos nas cotações de Chicago e BM&F Bovespa, que poderão refletir no mercado físico. Porém, ainda não serão movimentos significativos, pela falta de demanda.

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