O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima que a produção de arroz no Brasil para o ano de comercialização 2023/24 está prevista em 7,0 milhões de toneladas métricas (base beneficiada), de acordo com o relatório World Agricultural Production (WAP). Essa estimativa representa uma queda de 3% em relação ao mês passado, mas um aumento de 3% em comparação ao ano de comercialização 2022/23.
A área colhida está estimada em 1,5 milhão de hectares (ha), uma redução de 45.000 ha ou 3% em relação ao mês passado, mas um aumento de 1% em comparação ao ano anterior. A produtividade média está projetada em 6,86 toneladas métricas por hectare (base casca), uma leve queda em relação ao mês anterior, mas um aumento de 1% em relação ao ano passado.
Durante um período de duas semanas no final de abril e início de maio, o estado do Rio Grande do Sul foi atingido por mais de 400 mm de chuva, resultando em inundações que afetaram 90% dos municípios. As avaliações de impacto ainda estão em andamento, mas análises iniciais com imagens de satélite indicam que aproximadamente 385.000 ha de terras agrícolas foram inundadas, especialmente em áreas baixas onde o arroz é cultivado. Relatórios preliminares da Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER/RS) apontam que cerca de 1,5 milhão de hectares de áreas de grãos no estado foram afetadas pelas enchentes e pelas chuvas intensas que continuaram ao longo da primeira metade de maio.
Devido às enchentes históricas no Rio Grande do Sul, onde 70% do arroz do Brasil é cultivado, o USDA revisou para baixo sua perspectiva para a produção de arroz no Brasil em 2023/24. Felizmente, as grandes enchentes ocorreram próximo ao final da colheita de arroz, limitando as perdas. Até 8 de maio, 84% da colheita de arroz já estava concluída, conforme o Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA). O IRGA estima que a área diretamente afetada pelas enchentes seja inferior a 50.000 ha, com perdas de produção abaixo de 400.000 toneladas métricas.
A Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) informou que, até 2 de junho, 97% da colheita no Rio Grande do Sul estava concluída e, a nível nacional, pouco mais de 3% da safra ainda restava para ser colhida.