Neste 27 de maio, celebra-se o Dia Internacional do Piloto Agrícola, uma data que tem ganhado cada vez mais relevância no Brasil. A iniciativa, que nasceu pela mão do norte-americano Bobby Joe Wheat, de 83 anos, no Texas, homenageia o piloto Rocky Daly, amigo de Wheat, falecido em um acidente aéreo. A data foi inicialmente comemorada no sudeste do Texas, mas graças à divulgação por Bobby Wheat e ao apoio do Museu do Condado de Chambers, a celebração se espalhou internacionalmente após um artigo de Bill Lavender na revista AgAir Update, em 27 de maio de 2010.
No Brasil, o Dia do Piloto Agrícola é particularmente significativo. O país possui a segunda maior frota aeroagrícola do mundo, desempenhando um papel fundamental em uma das agriculturas mais importantes do planeta. A aviação agrícola é vital para as principais lavouras brasileiras, garantindo eficiência, alta precisão e segurança operacional e ambiental na aplicação de produtos.
A segurança é uma característica da aviação agrícola. Os produtos aplicados por via aérea são os mesmos utilizados na pulverização terrestre, porém, com a vantagem de uma legislação específica e uma fiscalização rigorosa, que envolve órgãos como o Ministério da Agricultura, ANAC, IBAMA, secretarias estaduais de meio ambiente, prefeituras, Ministério Público, CREA, entre outros.
As empresas de aviação agrícola precisam contar com um engenheiro agrônomo, um técnico agrícola especializado em operações aeroagrícolas, e um responsável pelo Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO). Além disso, o piloto deve possuir qualificação elevada, sendo necessário que seja piloto comercial com no mínimo 370 horas de voo antes de ingressar no curso específico de piloto agrícola.
Cada operação é cuidadosamente documentada, incluindo relatórios detalhados sobre os profissionais envolvidos, produtos utilizados, condições meteorológicas, mapas de DGPS e outras informações cruciais. Esses relatórios são enviados mensalmente ao Ministério da Agricultura, garantindo uma fiscalização constante e minuciosa. As aeronaves são descontaminadas em pátios específicos, onde resíduos são tratados com sistemas de ozônio, conforme exigido pela Instrução Normativa nº 2, de 3 de janeiro de 2008, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Para se tornar um piloto agrícola, é necessário seguir uma série de etapas rigorosas. Primeiro, o candidato deve obter a licença de piloto comercial, o que exige um treinamento intensivo e a acumulação de no mínimo 370 horas de voo. Somente após essa etapa, é possível ingressar no curso específico de piloto agrícola.
Durante o curso de piloto agrícola, o aluno aprende técnicas de voo a baixa altitude, tecnologias de aplicação (como tipos de bicos e uso do DGPS), planejamento de missões, segurança operacional e ambiental, entre outros temas. O sistema DGPS é uma tecnologia avançada que permite uma aplicação precisa de produtos, registrando todas as operações em arquivos invioláveis para fins de fiscalização.
