Conhecida por seus cafés de alta qualidade e por ser a primeira Denominação de Origem (DO) de café do país, conquistada em 2013, a Região do Cerrado Mineiro (RCM) se destaca também por possuir a maior área de cafeicultura regenerativa do Brasil somando já quase 30.000 hectares certificados segundo dados da Regenagri que é responsável pela certificação no Brasil, o que reflete o compromisso dos cafeicultores do Cerrado Mineiro com a sustentabilidade e a inovação no setor.
Com o avanço da agricultura regenerativa, a Região do Cerrado Mineiro desponta como líder na produção de café sustentável no país. Reconhecida por sua qualidade excepcional e terroir único, a região possui a maior área certificada em agricultura regenerativa, demonstrando um compromisso com práticas que conservam a saúde dos ecossistemas agrícolas.
A agricultura regenerativa, adotada amplamente na região, visa a conservação da fauna e flora, proteção de mananciais de água, cobertura do solo e técnicas climaticamente inteligentes, posicionando o Cerrado Mineiro como referência em sustentabilidade no agronegócio e na proteção do meio ambiente para futuras gerações.
A história de Marcelo Urtado, produtor no Cerrado Mineiro e proprietário da Fazenda Três Meninas, que recentemente conquistou um título durante a Feira da Specialty Coffee Association nos Estados Unidos, em Chicago, ficando entre os seis projetos de café mais sustentáveis do mundo, exemplifica o impacto positivo dessas práticas.
O produtor começou a trabalhar com o conceito de café regenerativo na fazenda dos pais em 2000 e, posteriormente, na fazenda Três Meninas com sua esposa Paula em 2016.
“Decidimos produzir café especial de forma a impactar positivamente a sociedade e o meio ambiente, criando assim um ambiente produtivo mais equilibrado e resiliente. Planejamos a fazenda de forma sistêmica e holística, integrando-a com a paisagem. Um dos grandes benefícios dessa forma de produção é a maior disponibilidade hídrica, ou seja, nos transformamos em produtores de água, além de café especial”.
Segundo Marcelo, todas as práticas regenerativas, como as plantas de cobertura, a arborização, o uso de compostos orgânicos, insumos biológicos, dentre outras ações, também impactam na xícara de café, resultando em um café mais saboroso e saudável.
“É uma cafeicultura virtuosa, que quanto mais produzimos, melhor é o impacto ambiental e social, sem falar na tão gostosa xícara do Cerrado Mineiro!”, conclui Marcelo Urtado.
A Região do Cerrado Mineiro abrange 55 municípios e uma área cultivada de aproximadamente 234 mil hectares, produzindo em média seis milhões de sacas de 60 kg por ano. Esse volume representa 25,4% da produção de café em Minas Gerais e 12,7% da produção nacional.
Os cafeicultores do Cerrado Mineiro desfrutam de condições climáticas excepcionais: verões quentes e úmidos, e invernos secos com grande amplitude térmica, ideais para o desenvolvimento de um café de alta qualidade. As altitudes variam entre 800 e 1.300 metros, proporcionando um terroir único que resulta em grãos com notas de caramelo, chocolate, nozes e uma acidez cítrica equilibrada.
A excelência do café do Cerrado Mineiro conquistou o mundo. Cerca de 70% da produção anual é destinada à exportação, com destinos principais na Europa, Estados Unidos e Ásia. A marca Cerrado Mineiro está presente em mais de 50 países, com presença em todos os continentes, consolidando-se como um "one stop shop" para café no Brasil. Em 2022, a região atingiu a marca de 1 milhão de sacas comercializadas com o selo DO, reforçando sua reputação de qualidade e origem controlada.
“O café do Cerrado Mineiro possui características exclusivas, fruto de um terroir único, práticas sustentáveis e o esforço de milhares de produtores. Neste Dia Nacional do Café, celebramos este grão e esta bebida que fazem do café do Cerrado Mineiro, um símbolo de qualidade reconhecido globalmente. A Região do Cerrado Mineiro exemplifica que inovação e sustentabilidade devem caminhar juntas para produzir um café de alta qualidade e com origem controlada, reconhecido mundialmente. Celebrar o café do Cerrado Mineiro é reconhecer o trabalho árduo dos produtores, a importância da sustentabilidade e a excelência que fazem deste café um orgulho nacional”, destaca Juliano Tarabal, diretor executivo da Federação dos Cafeicultores do Cerrado.