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Recentemente, o órgão antitruste do Uruguai, conhecido como Coprodec, impediu a aquisição de três estabelecimentos industriais da Marfrig (MRFG3) pela Minerva (BEEF3). Essa decisão marca um ponto crítico na tentativa de expansão da Minerva no mercado uruguaio e representa um movimento significativo no setor de carne bovina na América do Sul.
Apesar da decisão inicial do Coprodec, o Banco Safra, em um relatório assinado por Ricardo Bolati, destacou que a decisão não é definitiva. Segundo o relatório, a Minerva pode recorrer nos âmbitos administrativo e judicial, e a instituição financeira espera que tal recurso seja apresentado nos próximos dias. Este desenvolvimento mantém aberta a possibilidade de reverter a decisão e prosseguir com a aquisição.
O Banco Safra forneceu uma análise detalhada sobre o impacto financeiro da transação. De acordo com a instituição, ao assumir uma receita proporcional à capacidade de abate de gado de cada região (com 16% no Uruguai e 84% no Brasil e Argentina) e uma margem EBITDA de 9,5% para os ativos no Brasil e Argentina, o EBITDA implícito para os ativos no Uruguai seria de R$ 135 milhões, com uma margem de 6,4%.
Além disso, o Safra calculou que o múltiplo da transação no Uruguai seria de 5,0x, o que é 22% menor do que os múltiplos dos outros ativos adquiridos pela Minerva e 20% abaixo do múltiplo considerando todos os ativos da transação. Esses números indicam que a aquisição dos ativos uruguaios poderia ser financeiramente vantajosa para a Minerva, apesar da decisão adversa inicial do Coprodec.
A tentativa de aquisição e a subsequente intervenção do Coprodec refletem as complexidades e desafios do mercado de carne bovina na região. A decisão do órgão uruguaio pode ter sido influenciada por preocupações sobre concentração de mercado e impactos sobre a concorrência local.
