Publicado em 16/03/2015 15h18

Confinamento em 2015 pode crescer até 7,65% de acordo com o 1º levantamento da ASSOCON

A Associação Nacional dos Confinadores (Assocon) acaba de concluir seu 1º levantamento que aponta os primeiros indicativos para a atividade da pecuária intensiva em 2015.
Por: Fernanda Navas

confino

Foram entrevistados 85 confinadores e a previsão para este ano é que sejam confinados 828.485 animais por esse grupo, ante os 769.600 bovinos confinados em 2014. Essa diferença representa um crescimento de 7,65%

Durante a coleta de dados feita em fevereiro pela Associação, parte dos entrevistados relataram grande dificuldade para adquirir animais de reposição com preços competitivos, o que deixa uma incerteza se os confinadores realmente conseguirão atingir a meta estabelecida para 2015. “Aproximadamente 64% do gado necessário para o cumprimento da meta está adquirido e o alcance da outra parte pendente está comprometida, por conta dos altos valores dos animais de reposição”, analisa Bruno de Jesus Andrade, gerente executivo da ASSOCON.

“Há ainda expectativa de boas exportações de carne bovina com a alta do dólar e os produtores estão otimistas com as cotações do boi gordo nesse 1º semestre. Entretanto, existe certo receio sobre o 2º semestre, por conta de uma possível piora da demanda interna”, complementa Juliane da Silva Gomes, zootecnista da Assocon.

Andrade explica que este percentual de 64% de animais garantidos para a produção de 2015 e que estão sendo preparados para entrarem no confinamento a partir da segunda quinzena de março podem não ser confinados integralmente. “Ainda temos pouco gado no confinamento e o período para tomada de decisão sobre a produção de animais no confinamento está aberta, temos uma janela para decidir sobre isso”

Por enquanto, considerando os meses de janeiro e fevereiro, a taxa de ocupação dos confinamentos entrevistados é baixa, como normalmente ocorre nos primeiros meses do ano. No mês de janeiro a taxa de ocupação dos currais de engorda ficou em 11,86% e em fevereiro de 23,20% para esse grupo de entrevistados.

Complementarmente a pesquisa de confinamento, a ASSOCON também levantou informações sobre a eficiência da execução do planejamento das atividades do confinamento em 2014.

Para isso, foram entrevistados 20 confinamentos que em 2014 confinaram 586.654 animais, valor 8,7% menor que o previsto no início de 2014. Em alguns estados, a “quebra” dessa meta de produção foi maior, como em Mato Grosso, São Paulo e Tocantins, onde a produção final de 2014 foi respectivamente 73%, 85% e 75% do que inicialmente tinha sido planejado.

Isso mostra que apenas a definição de um número como meta pode não ser suficiente, deve-se analisar o mercado, insumos e os fatores internos de produção antes de estabelecer uma meta. A estratégia deve ser traduzida em planos e projetos bem específicos, que necessitam definir os objetivos de forma quantitativa, como será atingido, as ações que precisam ser executadas, quais os recursos necessários, obstáculos, responsabilidades, prazos e o retorno esperado. Além disso, o planejamento não é um documento estático, necessita de revisões periódicas para se adequar as mudanças do mercado. De forma geral falta planejar melhor a atividade de confinamento e em um cenário de “vacas magras” sobressai quem melhor se planeja.