Mato Grosso do Sul expandiu sua área de soja para 4,214 milhões de hectares nesta safra, um aumento de 5,2% em comparação com o ciclo anterior. No entanto, a produtividade foi de 48,84 sc/ha, uma redução de 21,8%. A produção resultante foi de 12,347 milhões de toneladas, uma retração de 17,7%. Os dados foram apresentados hoje (21) durante a abertura da Showtec em Maracaju.
Este ano, com base nos dados do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (SIGA-MS) a área cultivada de soja atingiu um novo recorde, continuando sua tendência de crescimento constante. No entanto, a seca prejudicou a produção, que poderia ter mantido a média de aumento dos últimos 10 anos de 6,8%.
A produtividade inicialmente projetada era de 54 sc/ha. Contudo, após uma revisão em abril, o índice foi reajustado para 50,5 sc/ha. Isso representa um decréscimo de 9,6% em relação à projeção inicial. A produtividade final de 48,84 sc/ha é a terceira pior nos últimos 10 anos.
“Tivemos perdas na safra de soja, mas devemos lembrar que isso é uma fase, um período do agronegócio. E ressaltar que, apesar desses números, os avanços na tecnologia de cultivares e no setor como um todo têm sido enormes. Isso evitou recuos ainda maiores na produção”, salientou o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), que esteve presente na abertura da maior feira tecnológica de Mato Grosso do Sul.
O governador Eduardo Riedel também presente ao evento, enfatizou em seu discurso que o resultado negativo vai impactar no crescimento do PIB, mas a base da economia sul-mato-grossense é forte. “Tivemos um avanço do PIB neste ano de 6,6% e agora nossa previsão mesmo com a quebra foi revista para um PIB de 5,8% diante do decréscimo da produção e também redução nos preços da soja. Mesmo assim.o Governo acredita que a tecnologia é o único caminho para recuperar a produtividade. Já tivemos outras fases difíceis, vamos nos recuperar”, acrescentou.
Em relação à produção total, houve um recuo na estimativa inicial de 1,47 milhão de toneladas, ou seja, uma queda de 10,6%. “Portanto, embora tenhamos visto um crescimento constante na área de soja, a seca deste ano e a consequente queda na produtividade nos lembram da importância de estratégias de manejo eficazes e da adaptação às mudanças climáticas. Afinal, mesmo com os avanços tecnológicos, ainda estamos sujeitos às variações do clima”, destacou o presidente da Aprosoja-MS Jorge Michelc.
Organizado pela Fundação MS, essa é a 27ª edição do Shotec, que neste ano reúne sete patrocinadores e 160 expositores, que apresentarão novas tecnologias, palestras técnicas, serviços e maquinários. A expectativa é que mais de 28 mil pessoas passem pela feira durante os três dias de evento.
Também participaram da abertura da Feira o secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Rogério Beretta; o secretário-executivo de Meio Ambiente Artur Falcette e o diretor-presidente da Agraer Washington Willeman.