Falta e excesso de água, falta de água associada ao excesso de radiação, altas e baixas temperaturas são fenômenos naturais que estimulam o estresse nas plantas, impactando no desenvolvimento de culturas como a soja e o milho. O tema será abordado no painel "Soja e Milho sem Estresse: Construindo Plantas Tolerantes", que ocorrerá durante o Showtec, evento realizado pela Fundação MS, nos dias 21, 22 e 23 de maio, em Maracaju. O painel acontecerá na quarta-feira (22), a partir das 10h15.
"Podemos caracterizar o estresse como qualquer situação externa à planta que gere dificuldade em seu funcionamento. Os mais comuns que temos, pensando nas lavouras Brasil afora, estão ligados à água, tanto à falta como ao excesso, assim como ao excesso de radiação e temperatura. Também temos as entradas de produtos que chamamos de xenobióticos, produtos estranhos à planta, mas que têm alguma função no cultivo. Por exemplo, fungicidas, inseticidas, herbicidas, itens obrigatórios para o manejo de controle de pragas e doenças", explica o pesquisador Geraldo Chavarria, da UFRGS.
Para driblar todo esse estresse, mitigando o impacto no desempenho da produção, segundo Chavarria, a solução passa pela raiz e pelos cuidados no momento das aplicações. "O grande caminho para fazer com que uma planta seja mais robusta às limitações de algum tipo de estresse está sempre na parte de baixo, ou seja, na raiz. Esse é o primeiro grande desafio que um produtor tem para melhorar, para fazer com que as plantas sejam mais resilientes aos estresses, raiz. E o mais comum pelo Brasil, nessas limitações de crescimento radicial, diz respeito à limitação de cálcio e fósforo ao longo do perfil. Falamos dos problemas de compactação e dos problemas voltados para o alumínio tóxico, impedindo o crescimento radicial", pontua Chavarria, que também coloca como solução para menor estresse, estratégias de aplicação.
"Também podemos criar estratégias voltadas para as aplicações. Então, se eu tenho que fazer uma entrada de fungicida e tenho potencial de fazer à noite, para 'judiar' menos dessa planta, que é o momento em que ela está se reidratando mais, a temperatura é menor, acaba sendo melhor", sugere o pesquisador. "Se eu tenho o potencial de usar alguma ferramenta associada, algum determinado elemento mineral, algum determinado composto que caminhe na linha antioxidante, também é indicado, porque esses produtos cianobióticos estranhos à planta, quando aplicados, geram estresse oxidativo. E o desafio da planta é pegar essas espécies reativas de oxigênio e transformar em água. Isso é custoso para a planta. Então, se eu usar alguma ferramenta dentro desse caminho, eu sou mais efetivo", completa.
Geraldo Chavarria dividirá o palco com o pesquisador Antonio Luiz Fancelli, da ESALQ. O painel será mediado pelo agrônomo e produtor rural André Dobashi.