O Rio Grande do Sul, estado que estava prestes a se tornar o segundo maior produtor de soja do Brasil, enfrenta agora um cenário de grandes incertezas e potenciais perdas significativas. Inicialmente, a expectativa era que o Rio Grande do Sul produzisse cerca de 22 milhões de toneladas de soja nesta safra, ultrapassando o Paraná, que sofreu com a falta de chuvas e altas temperaturas. Segundo relatório do Radar Agro do Itaú BBA, até o momento, 79% da safra de soja do estado foi colhida, com um avanço maior na porção norte. No entanto, a parte sul, que sofreu mais intensamente com as enchentes, apresenta um ritmo de colheita atrasado.
A Conab estima que ainda restam 5 milhões de toneladas de soja no campo para serem colhidas. Contudo, devido aos impactos das enchentes, é difícil prever a quantidade que poderá ser efetivamente colhida e quanto será perdido. O Itaú BBA estima que as perdas possam variar entre 1 milhão e 2,5 milhões de toneladas. Além das lavouras, existe a preocupação com os silos de armazenamento, especialmente aqueles localizados em regiões mais baixas, que podem ter sido afetados pelas inundações.
A avaliação dos danos nas lavouras e nas estruturas de armazenamento só poderá ser feita nas próximas semanas. Os agricultores enfrentam a necessidade urgente de adaptar suas estratégias de colheita e armazenamento para mitigar as perdas. A continuidade das chuvas nas próximas semanas poderia agravar ainda mais a situação, dificultando a recuperação e a conclusão da colheita.