Publicado em 15/05/2024 15h34

Resposta imunológica de frangos de corte desafiados com aflatoxina: imunomodulação e efeitos da micotoxina

Micotoxinas representam uma ameaça substancial à saúde dos rebanhos, afirma especialista
Por: Melina Bonato

As micotoxinas representam uma ameaça substancial à saúde dos rebanhos. Esses compostos perniciosos podem prejudicar os animais, impedindo seu crescimento, comprometendo seus sistemas imunológicos e aumentando sua vulnerabilidade a doenças infecciosas. A exposição a micotoxinas deve ser considerada um possível fator contribuinte para a imunossupressão presumida, devido à ocorrência persistente desses metabólitos na ração, mesmo em concentrações mínimas.

As aflatoxinas são um grupo de micotoxinas produzidas por determinadas espécies de fungos Aspergillus. Essas substâncias são altamente tóxicas e carcinogênicas, representando sérios riscos à saúde de humanos e animais. Eles têm efeitos específicos sobre o trato gastrointestinal e o fígado, promovendo uma transformação metabólica em metabólitos altamente tóxicos que se ligam a constituintes intracelulares, interrompendo a síntese de proteínas e prejudicando a função hepática (Wyatt, 1991).

No gado, a exposição à aflatoxina pode levar à redução do consumo de ração, ao crescimento atrofiado e ao enfraquecimento do sistema imunológico (menor produção de anticorpos e resposta a vacinas, por exemplo). Como resultado, os animais se tornam mais suscetíveis a infecções oportunistas e outros problemas de saúde.

Um estudo recente da ICC Animal Nutrition investigou o potencial da suplementação com ImmunoWall® (parede celular de levedura - YCW) para atenuar os efeitos adversos da exposição à aflatoxina em aves. A Parede Celular da Levedura (YCW), derivada da Saccharomyces cerevisiae usada na fermentação do caldo de cana para a produção de etanol, é uma fonte potente de β-glucanos e mananoligossacarídeos (MOS). Esses compostos são reconhecidos por suas propriedades imunomoduladoras, melhorando significativamente a resposta imunológica.

O estudo foi conduzido com 152 pintinhos de um dia de idade criados em gaiolas e examinou os efeitos da suplementação de YCW em suas respostas imunológicas quando desafiados com 2,5 ppm de aflatoxina. Os pintinhos foram distribuídos aleatoriamente em quatro grupos de tratamento: controle (NC), desafiado por aflatoxina (AFB), suplementado com YCW (YCW), desafiado por aflatoxina e suplementado com YCW (YCW+AFB).

Os resultados revelaram que a suplementação com YCW aumentou significativamente as respostas imunes inatas de frangos de corte desafiados por aflatoxina. As aves suplementadas com YCW apresentaram níveis mais altos de leucócitos, indicando uma resposta imune inata mais robusta. Além disso, a suplementação com YCW aumentou o número de macrófagos e reduziu o número de células apresentadoras de antígenos, sugerindo uma resposta imunológica equilibrada. Além disso, suplementação com YCW ativou os linfócitos citotóxicos CD8 e as células auxiliares CD4, fortalecendo ainda mais as respostas imunes adaptativas.

O estudo também demonstrou que a suplementação com YCW poderia modular as respostas imunológicas adquiridas de frangos de corte desafiados por aflatoxina, reduzindo potencialmente os impactos negativos da exposição à aflatoxina. As aves suplementadas com YCW apresentaram uma maior concentração de anticorpos após a vacinação, sugerindo que o YCW pode aumentar a eficácia dos programas de vacinação.

Essas descobertas sugerem que a suplementação com YCW pode ser uma ferramenta valiosa para melhorar a saúde das aves expostas à contaminação por aflatoxina. Ao modular as respostas imunológicas, a suplementação com Immunowall® pode ajudar os frangos de corte a resistir aos efeitos nocivos da aflatoxina e aumentar sua capacidade de responder às vacinas. As descobertas do estudo indicam que o Immunowall® pode melhorar a função imunológica, apoiar a eficácia da vacinação e reduzir potencialmente os impactos negativos da contaminação por aflatoxina, o que o torna um potencial divisor de águas para a saúde e a produtividade das aves.

*Melina Bonato é gerente global técnica e de pesquisa e desenvolvimento da ICC

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