Publicado em 06/05/2024 10h05

Não é o melhor caminho segurar milho

Será que o mercado vai se recuperar?
Por: Leonardo Gottems

De acordo com informações divulgadas pela TF Agroeconômica, não está valendo a pena segurar milho esse ano. “Ao compararmos os preços atualmente pagos aos agricultores pelo milho com a nossa tabela de custos de carregamento da posição até a próxima safra, vemos que os agricultores estão perdendo dinheiro”, comenta. 

“Se tivessem colhido e vendido a primeira safra, teriam um rendimento hoje ao redor de R$ 57,52/saca em Cascavel, onde o preço pago hoje aos produtores é de R$ 48,00/saca, prejuízo de 16,55%. No Rio Grande do Sul, o preço pago hoje aos produtores está em R$ 54,00/saca, em Passo Fundo, mas, se tivessem colhido e vendido logo, estariam recebendo hoje algo como R$ 65,38/saca, prejuízo de 21,07%.  A própria Bolsa de São Paulo, B3, estava cotando ao redor de R$ 74,00/saca em janeiro e agora está em R$  57,15/saca. Deveria ter vendido naquela época no pregão do mercado futuro em São Paulo”, completa.

A principal pergunta que é feita, segundo a consultoria, é se o mercado é capaz de se recuperar. “Nunca se sabe ao certo, mas, o clima parece estar castigando as principais regiões de milho safrinha no Brasil. Se isto se acentuar e a safra for menor do que a projetada, é possível que os preços subam, proporcionalmente. Mas, é pouco provável que atinjam os bons preços que havia em janeiro, logo depois da colheita”, indica.

“O custo de produção da primeira safra, colhida em dezembro, era de R$ 56,64, apresentando, portanto, um lucro de 30,65%, excelente sob todos os aspectos e você deveria ter vendido. Hoje o comparativo entre o custo e o preço apresenta um lucro de apenas 0,90%. Para a segunda safra (Safrinha) o custo de produção é de R$ 70,32/saca, segundo o Deral e o preço na B3 para julho está em R$ 66,77, sinalizando prejuízo de 5,05%. Em 05 de janeiro a cotação de maio estava a R$ 75,32, com lucro de 7,11%. É para isto que serve o mercado futuro: para dar lucro a você!”, conclui.

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