A noite de abertura da Expogrande 2024 nesta quinta-feira, 4, foi marcada pela nostalgia e memórias daqueles que cresceram participando das edições da maior feira agropecuária de Mato Grosso do Sul. Na 84ª edição, o momento de celebração e retomada econômica reuniu autoridades políticas, representantes do agronegócio dos âmbitos nacional e internacional.
Sustentabilidade é a palavra-chave da vez. Uma parceria com a Acrissul (Associação dos |Criadores de Mato Grosso do Sul) e a concessionária de energia elétrica Energisa, possibiltou a instalação de 119 placas e a troca de lâmpadas no parque inteiro e também do prédio.
Outra novidade é a transformação de todos os resíduos espalhados no Parque Laucídio Coelho em fontes renováveis. Tudo captado pelas equipes de limpeza da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos). Os materiais serão transportados para locais próprios à destinação de itens recicláveis.
"Não posso deixar de citar a automação da lei do Pantanal que é um exemplo de sustentabilidade. Na Expogrande, também nos preocupamos com o bem estar dos visitantes e juntos com a Águas Guariroba, estamos fornecendo cinco pontos de bebederouros para que a população traga sua garrafa de casa e se hidrate", reforça.
O cenário escolhido para a celebração, foi a arquibancada da pista de julgamentos, totalmente reestruturada e pronta para receber atletas que competirão em diversas modalidades e provas. A solenidade de abertura iniciou às 19h30 com a apresentação da orquestra sinfônica do Exército.
Na sequência, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, o diretor presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Guilherme Bumlai e o superintendente de Agricultura e Pecuária do estado, José Antônio Roldão, fizeram a tradicional hasteada das bandeiras.
À frente da prefeitura de Campo Grande e com foco em projetos que prometem trazer representatividade aos produtores rurais da cidade, Adriane destacou a força da Expogrande.
"Essa feira é a expressão da nossa força e nos remete ao passado e à infância. Sabemos as dificuldades do agro e que estamos num tempo difícil onde as experiências não estão sendo muito positivas, mas é agora que encontramos novos caminhos e criamos novas oportunidades. A Rota Bioceânica é a prova viva disso", pontua.
A classe política também esteve presente durante a solenidade de abertura. Marcio Fernandes, deputado estadual pelo MDB (Movimento Democrático Brasileiro), lembrou das demandas que envolvem segurança alimentar.
Em um discurso emblemático, Guilherme Bumlai, enfatizou as melhorias feitas ao longo dos últimos meses.
"Verdade que estamos num momento de turbulência nos preços, mas olhando para o horizonte esse ciclo de baixa da pecuária está perto do fim e a Expogrande será um ponto de partida para balizar o mercado nesse novo ciclo que se iniciará", diz o gestor.
Pela visão de Bumlai, são momentos como esse que oportunidades aparecem. "Quero ressaltar o recente anúncio de renegociações da dívida do agro, com possibilidades de grandes parcerias. E para que grandes negócios aconteçam temos aqui instituições financeiras presentes com condições especiais para o produtor", ressalta.
Na ocasião, também foi assinado um convênio entre a Acrissul e Governo do Estado, no qual beneficia 30 estudantes da rede pública de Mato Grosso do Sul.
"O termo assinado hoje é uma grande conquista para o setor, pois temos uma deficiência muito grande de profissionais na área. O curso terá duração de três anos e vai formar jovens que possam ser interlocutores entre os profissionais técnicos, veterinários, agrônomos ou tecnicistas, e produtores rurais", explica o médico veterinário e coordenador do curso de Agropecuária da Acrissul, Loacir Silva.
Representando a Famasul (A Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Marcelo Bertoni foi enfático ao explicar a necessidade de participação política ativa no setor. "Tivemos uma reunião com o ministro Pablo, no dia 6 de maio e claro que não veio tudo que a gente precisava, se tratando de recursos para o estado, mas vamos continuar tentando para beneficiar os produtores regionais", alega.
O governador do Estado, Eduardo Riedel, destacou os novos mercados na área da agricultura e setor sucroenergético.
"Vamos para a Coama agora com R$ 1,2 bi de investimentos em moagem. Temos a terceira indústria de etanol de milho. Fomos buscar a laranja, novidade absoluta e uma nova cadeia produtiva com R$ 500 milhões de investimento começando agora. Aqui em Sidrolândia temos a cana de açúcar. Bioenergia e investimentos de etanol de segunda geração, quase R$ 2 bi nessa área", elenca.
Ainda segundo o governador, o conjunto de grandes investimentos resulta em emprego e renda. "É por isso que Mato Grosso do Sul tem a terceira menor taxa de pobreza do Brasil, a terceira menor taxa de desocupação do país e a terceira maior renda média do nosso trabalhador, R$ 3.200 em média por trabalhador no Mato Grosso do Sul", indica.
Ao fim do discurso, Riedel trouxe dados importante da economia. "Mato Grosso do Sul apresentou taxa de crescimento de 6.6, o terceiro maior do Brasil. Isso se dá pela capacidade de criar um ambiente de negócio no estado que atraiu mercado nos últimos nove anos, chegando a cifra agora de R$ 76 bilhões do capital privado", finaliza o chefe de Estado.
O Governo de Mato Grosso do Sul realizou recentemente uma parceria inédita com o Chile que deve injetar na economia local, R$ 20 bilhões. Após a cerimônia, o governador e sua equipe fizeram um tour pelo estande do governo do estado e demais dependências do parque.