Publicado em 08/03/2024 16h49

Litígio do glifosato é prioridade de empresa

Anderson declarou que a resolução desses processos será uma das "prioridades estratégicas" da Bayer.
Por: Leonardo Gottems

A estratégia da Bayer inclui a contratação de novos advogados externos - Foto: Leonardo Gottems

Na terça-feira, durante a teleconferência de resultados do quarto trimestre de 2023, o CEO da Bayer, Bill Anderson, anunciou que a empresa está intensificando seus esforços para lidar com as ações legais relacionadas ao herbicida Roundup. O CEO enfatizou que o litígio em andamento é um "enorme fardo" para as finanças da empresa, com impacto significativo nos resultados financeiros devido a acordos, julgamentos e custos de defesa.

Anderson declarou que a resolução desses processos será uma das "prioridades estratégicas" da Bayer nos próximos meses. Ele destacou que, nos últimos anos, a empresa venceu nove processos consecutivos, mas enfrentou três derrotas consecutivas relacionadas ao Roundup. O último veredicto resultou em uma condenação de 332 milhões de dólares, posteriormente reduzida para 28 milhões de dólares em um caso em que um homem alegou que o Roundup causou câncer.

O CFO da Bayer AG, Wolfgang Nickl, revelou que, sem os custos associados ao litígio, a empresa teria gerado cerca de 5 bilhões de euros (5,4 bilhões de dólares) de fluxo de caixa anualmente. Atualmente, a Bayer reservou 6,3 bilhões de dólares para pagamentos relacionados ao glifosato, com aproximadamente 54.000 casos pendentes.

Além do Roundup, a Bayer enfrenta litígios relacionados aos bifenilos policlorados (PCBs), compostos químicos anteriormente produzidos pela Monsanto, adquirida pela Bayer em 2018. Anderson expressou a expectativa de que os litígios relacionados aos PCBs diminuirão ao longo do tempo, e a empresa se defenderá vigorosamente nos casos individuais.

A estratégia da Bayer inclui a contratação de novos advogados externos, a adição de um especialista em litígios ao Conselho de Supervisão e uma abordagem mais ampla, envolvendo partes interessadas no domínio das políticas públicas. Anderson enfatizou que a empresa não confiará apenas em uma estratégia de defesa, mas buscará ativamente soluções fora do tribunal, incluindo o envolvimento mais profundo com outras partes interessadas.

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